NYC Apple Retail Store. Imagem do Poster
As pessoas viajadas e/ou antenadas na área de tecnologia, já devem ter visto uma das vistosas Apple Oficial Retail Stores do mundo. As grandes metrópoles mundiais, de fato contam com ao menos uma delas.
Sabem a razão de até o momento a Apple não ter montado a sua primeira Apple Retail Store Oficial no Brasil? Certamente não é cisma pelo nosso país. E a razão não deveria surpreender ninguém. Vejam o que o próprio Steve Jobs responde, ao ser convidado por Washington Fajardo, da Secretaria do Patrimônio do Rio de Janeiro a montar a primeira loja oficial Apple no Brasil.
"Não podemos nem exportar nossos produtos com a política maluca de taxação superalta do Brasil. Isso faz com que seja muito pouco atraente investir no país. Muitas empresas 'high tech' se sentem assim".
Isso é o que eu chamaria de um "rotundo" não.
9 comentários:
A vasta rede social estabelecida em torno de Jobs bem podia segredar-lhe a realidade: se há quem tem toda a razão para reclamar de imposto no Brasil é o consumidor. Para os empresários é um paraíso!!!
Mas, é o velho choro empresarial do quem não chora, não mama. Logo, uma pena constatar que alguém tão inovador, pense de maneira tão retrógrada quando se trata de contabilizar lucros, e, no caso dele, remetê-los. Apesar de praticamente jogar sozinho na mesa, Jobs precisa se espertar. Em cinco anos, calcula-se que o Brasil terá incluído uma França inteira no mercado de consumo. Chegar atrasado é burrice.
Seu comentário é atraente, Itajaí. De fato, sobre o assunto, tenho algumas premissas e não totalmente uma opinião formada. Vamos a elas:
1) Não há como negar que levando em conta a variação do preço na origem e o preço final ao consumidor brasileiro (em dólar), a taxação brasileira sobre os importados, notadamente os eletrônicos, parece altíssima. Gostaria de ter mais dados para analisar como é o comportamento deste "delta" em outros continentes.
2) Cheguei a me perguntar, a razão pela qual no mesmo mercado sobretaxado, estariam outras empresas participando até "alegremente" do mercado brasileiro. Por exemplo, a Sony, com seus produtos nem sempre agradáveis. Mas de boa qualidade.
3) Há o fator "Apple". Em outras palavras, "aparenta" ser em todo o mundo uma empresa que parece atender uma espécie de nicho de mercado de consumidores exigentes. Mas isso vem mudando. E a elevação considerável do "market share" da Apple é a prova desta mudança. Produtos como o iPod, e o iPhone, carregaram enorme atração para a Apple na última década.
4) O estigma de que a Apple é uma empresa que vende caro, em minha opinião, é despropositado. Ela simplesmente optou desde os primórdios, a não participar do mercado de baixo custo. Ela historicamente optou por embutir em seus produtos fechados o melhor hardware e software possíveis. E só produzir com esta premissa, levando em conta a velha tríade: performance, performance, performance. E isso, naturalmente, tem um preço elevado, igualmente no mercado dos PCS. Experimente adquirir um notebook cuja premissa de hardware seja "performance". E verá que ele poderá sair ainda mais caro, com a desvantagem de vir com o windows.
Contudo, só recentemente ela se rendeu de fato aos produtos de baixo custo com os Macs Mini e os Macbooks (não PRO). Mesmo assim, são produtos superiores aos seus congêneres no mundo PC. E o Mac OS X neste caso, pode sim fazer toda a diferença, uma vez que se comporta muito bem em qualquer configuração. Além de ser bem baratinho.
5) O que está em jogo aqui, é apenas a decisão de montar uma loja oficial Apple no Brasil. A Apple já vem aumentando suas vendas em nosso país há algum tempo. Prova disso, é singelamente o aparecimento de seus produtos nas prateleiras das principais "revendas". Lado a lado com os PCs. E eu pergunto: quantos fabricantes de PCs tem "loja oficial" no Brasil? Alguém aí já viu uma loja da Toshiba? Da Dell? Ou mesmo da Microsoft? E as tem, em outras partes do mundo? Todo o mundo da tecnologia em nosso continente, parece trabalhar com "revendas". Com talvez uma ou outra exceção pontual.
6) A Apple - talvez até por estratégia de sobrevivência em meio ao caótico e poderoso mercado dos PCs - sempre fez de suas lojas oficiais uma alavanca de seus produtos. Basta vê-las ao longo do mundo. Nelas, muito além de adquirir seus produtos, vc encontra acessórios, software, assistência técnica "premium" além da Genius Bar, onde o usuário pode levar o seu Mac para obter dicas sobre o funcionamento deste ou daquele produto e/ou software, com agendamento de "consulta". Portanto, não se tratam apenas de uma atração turística (mesmo que elas acabem mesmo sendo de alguma maneira, pela arquitetura arrojada).
Então, onde chegamos nós?
Olha, eu tenho uma questão básica que serve para esse assunto: porque o câmbio do dólar desaba no Brasil e os preços das mercadorias importadas no varejo não caem? Nesse caso não tem imposto subindo... Quem faz afinal o preço?
Entendi. E isso, sempre foi historicamente o lucro do "atravessador". Hehe.
Mas é possível que seja apenas parte do preço final do produto. O resto são alíquotas de importação. Mas como disse, gostaria de ver um comparativo entre os "deltas" de diferentes países para fornecer um nível de evidência maior para fundamentar a discussão.
Abs
Eu penso que essa comparação entre percentuais de taxação não responde a questão. Em comércio internacional há outras questões que concorrem para definição das taxas aduaneiras, como por exemplo, práticas de dumping e anti-dumping, além de medidas protecionistas.Outra questão que está no foco desse problema é o equilíbrio da balança comercial e estratégias de desenvolvimento. O governo federal tem dado especial atenção a esta última perspectiva, como demonstra a matéria no link:
http://br.noticias.yahoo.com/s/05022010/25/economia-camex-reduz-aliquota-importacao-informatica.html
Barreto, vou meter minha colher onde não fui chamado e onde não conheço o assunto, mas acho que você mesmo matou a charada:
"A Apple já vem aumentando suas vendas em nosso país há algum tempo."
Se está aumentando as vendas sem precisar de loja física, para quê vai gastar dinheiro com aluguel ou compra de um ponto, recrutamento e treinamento de funcionários, abertura de filial, estratégia de marketing, montagem estrutural e decoração da loja, administração logística e fiscal da filial, e etecétera?
Prof.
Meta a sua colher a vontade neste papo informal que vamos levando aqui. Até pelo fato que nenhum de nós tem conhecimentos específicos sobre o assunto, além daquelas que reunimos em nosso cotidiano.
Sobre sua opinião, a decisão de montar uma Apple Store é um velho sonho de usuários de Mac, antes montados em um cavalo estranho, hoje muito mais divulgados e utilizados, bastando para isso observar sinais externos do crescimento da plataforma no Brasil.
Mas veja bem. A Apple possui lojas próprias (não revendas) em alguns continentes: Europa, Ásia e Austrália. Mas em toda a América Latina, nenhuma. Será que nosso continente já não reúne potencial consumidor capaz de justificar o investimento? E a pergunta que fazemos na mesma pegada: Jobs está certo em acusar as taxas "superaltas" e "malucas" cobradas pelo Brasil para vender seus produtos, quando poderia simplesmente dizer que ainda não existiria potencial consumidor no país que justificasse investir em uma Apple Retail Store?
Abs
Itajaí
Compreendo suas premissas. Mas gostaria de ver desnudadas estas políticas de comércio exterior que visam regular a balança comercial, de forma a fornecer uma opinião mais crítica, inclusive. Até mesmo para poder quem sabe, dar a Jobs, a resposta que ele talvez merecesse pelas afirmações que faz. Ou ao governo que talvez mereça também, tendo em vista possíveis cartesianismos. De um lado ou de outro, ainda permaneço desinformado.
Abs
Bom o que tu pedes está acima de minha capacidade, pois é assunto que, sabemos, possui muitas nuances. Daí porque te alertei que apenas o comparativo entre taxas aduaneiras não esclareceria o assunto.
Quem sabe uma alma caridosa que por aqui passe, com expertise na área, nos dê uma luz...
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