sábado, 15 de maio de 2010
A nova sci-fi
Tenho um amigo que me perturba dizendo que ler ficção científica é como gostar de rock: você sempre lê os mesmos autores e/ou escuta as mesmas bandas, desprezando a produção artística recente.
Isaac Asimov / Metallica / Philip K. Dick / Led Zeppelin / Ray Bradbury / Pink Floyd, enfim, na concepção dele de “outsider” dos gêneros, tudo seria a mesma e monótona coisa através das décadas.
Saudosismo à parte, me parece que assim como o rock tem evoluído (Val-André pode opinar bem melhor a este respeito) a ficção científica também tem dado enorme saltos, tanto no cinema quanto principalmente na literatura.
Autores mais recentes, como Alastair Reynolds, John Meaney, Stephen Baxter, Ken MacLeod e Daniel Abraham têm publicado muitos livros interessantes, premiados e reconhecidos pela crítica e pelos leitores mundo afora.
Aliás, “mundo afora” exclui o Brasil, cujo mercado editorial foge totalmente da minha compreensão.
Todos os autores citados são bem vendidos na Europa e na América do Norte, mas nenhum tem sequer uma única obra publicada em nosso país.
A solução para quem quer conhecê-los (e vale a pena, especialmente Alastair Reynolds e os seus 5 livros da série Revelation Space) é a Livraria Cultura, que os vende em inglês, francês, alemão e outras línguas, menos em ... português!!??
Valei-me, São Jorge!
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5 comentários:
Caro amigo Scylla. Suas considerações são inteligentes ao fazer uma ponte do rock com outras produções de conteúdo cultural.
O rock, como outros gêneros, me arrisco afirmar; talvez seja o gênero musical que mais evoluiu ao longo do tempo.
Há uma produção indie que simplesmente não dá para acompanhar, exceção aos especialistas, como os próprios músicos, produtores, jornalistas especializados e algumas publicações internacionais que resistem ao tempo como: Musician, Melody Maker e Rolling Stones (esta última com versão brazuca).
Seria algo que beira a ficção científica se algum tempos atrás, especulásse sobre o protagonismo imposto pelas grandes gravadoras.
Com o advento da internet e da web 2.0, vivemos uma verdadeira revolução de alcance planetário, que muito bem tem feito ao velho rock and roll.
Quem poderia imaginar que um software como o garage band, da aplle, pudesse permitir o compartilhamento e colaboração para se compor, arranjar, finalizar e publicar uma música inédita através da internet, utilizando-se músicos espalhados pelo mundo?!
Confesso que não conheço os autores da si-fi recomendados por você, o que, claro, aguça a nossa curiosidade, ainda mais em se tratando de um leitor altamente qualificado do gênero como é o teu caso.
Excelente post e um grande abraço.
Val, obrigado pelos comentários.
Você poderia apontar umas bandas atuais para nós?
Prepararei, assim que o tempo permitir, um post especial sobre alguns novos talentos que aprecio.
abs.
Scylla, se vc ainda não a leu, tente os livros da autora americana Ursula Le Guin. O melhor é "The Left Hand of Darkness"...
Raul, dela já li justamente "A Mão Esquerda das Trevas", o único editado no Brasil.
Só não a incluí na lista por não ser novata - tem 80 anos.
Ótima lembrança.
Abs.
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