"Passarinhou" hoje, no final da tarde, em meio ao trânsito agitado do centro da cidade, (talvez como fosse o seu desejo), o poeta Luiz Carlos França. Ainda o vi, frágil, débil, contudo, alegre e indiferente à doença, na semana passada. Antes de partir, deixou para nós um pequeno livro chamado Boca de Ferro. Uma jóia de arte gráfica e poesia. Ganhei o livrinho de uma querida ex-namorada, no dia dos namorados, que o comprou dele na minha frente e me deu, meio que de surpresa. Um momento único, que como uma fotografia, jamais se repetirá. Nele, podemos ler seus últimos versos.
Escrevo cada poema
como se fosse o último:
"meu canto dos cisnes".
Faço dele meu amparo,
meu grito.
Faço dele minha esperança,
minha oração.
Cada palavra é mastigada
como alimento da criação
Faço da dor do viver,
bálsamo dela mesma.
Tiro o leite das pedras,
não deixo amargar meu coração.
Meu poema é minha respiração,
meu pulsar,
minha inspiração.
Foi muita emoção para uma só noite. É muita emoção para um só dia. Bom descanso, Luiz.
Um comentário:
Belíssimos poemas. Uma alma assim tão bela decerto vai em paz.
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