Juvenciano Olhar
Vi minha Belém por outra janela
A janela de um poeta na praça da República
Desnudando sua gente para o mundo
E transformando-a numa Nova Delhi.
Naveguei em palavras de um lorde
Que do alto de sua espontaneidade
Cativava corações além-mar
Vi minha terra de outro jeito
Outro trejeito, desancando
Autoridades sem autoridade
Vi minha cidade pulular cheia de emendas
Através de uma quinta emenda
Que nunca se emendou em gritar
O olhar bonachão já não estará na mesma janela
Não poderei mais ver minha cidade com outro olhar
Mas sempre que olhá-la, saberei
que a marca de um de seus poetas estará lá
Vão-se Jucas, como foram Bandeiras,
mas ainda resistiremos com Dutras e Pintos
porque a verdade precisa ser dita
por mais maldita que seja
Vai Juveníssimo, e continua olhando esta tua Nova Delhi
Do alto, e derrama teu sorriso malicioso com jeito de Marajó,
Pois és pedaço de Amazonas, Tocantins e Tapajós
Como todos nós
Te guardarei eternamente, pois agora,
sempre que eu completar um ano de vida
completarás um ano de eternidade.
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Jota Ninos faz uma singela homenagem ao nosso companheiro de Flanar, Juvêncio de Arruda Câmara. E lembra na poesia que no mês passado, em 2 de junho, cumpriu-se um ano de ausência de um dos mais importantes cantores paraenses, Walter Bandeira; fato passado em brancas nuvens na blogosfera e nos jornalões de uma terra votiva de desmemórias. WB não tem sucessores que lhe superem em inquietude criativa e na beleza do canto popular, a que por vezes as idiossincrasias do personagem que para si construiu, negavam a superior fluência merecida.
4 comentários:
Obrigado, Jota.
Obrigado, Itajaí.
Obrigado, Juvêncio.
Grande abraço, Alencar!
Porrêta grego.
Essa vai para o arquivo azul.
Você andava sumido, Val-André. Bom ter notícias tuas. Como vai a saúde do deputado?
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