É até louvável a iniciativa da Justiça Eleitoral (que não foi tomada este ano) de proibir outdoors em campanhas eleitorais, como forma de reduzir as diferenças de poder econômico, porque um candidato endinheirado poderia coalhar a cidade com paineis, ao passo que um pobre teria que contentar-se com o corpo a corpo. Mas a ideia, ao mesmo tempo que boa, é ingênua e inócua. Afinal, foram liberadas outras mídias, tais como aqueles cavaletes horrorosos que estão por toda parte.
O tiro, portanto, saiu pela culatra. Deixou a cidade mais suja, feia e insegura (um pedestre desatento pode tropeçar no mondrongo e, dependendo do estado de conservação, até se ferir), além de não coibir o abuso de poder econômico, já que os candidatos endinheirados podem produzir cavaletes em maior número e de melhor qualidade.
Obrigado a tolerar as carantonhas cinicamente dispostas a conquistar o meu voto, o pensamento que mais me ocorre é quanto os candidatos devem a esse rapaz da imagem aí ao lado. Trata-se de Thomas Knoll, que em fins da década de 1990 desenvolveu o Photoshop, juntamente com seu irmão John - um programa originalmente concebido para educação infantil mas que, devido a suas outras potencialidades, acabou comprado pela Adobe Systems e se tornou, segundo minhas fontes, ao lado do Office da Microsoft, o aplicativo mais bem sucedido da história.
O que seria de certos candidatos não fosse o Santo Photoshop? É como se a campanha eleitoral ocorresse no mundo da Barbie: cheia de gente de plástico e sem expressão.
Um comentário:
Igual à produção facial, literária e comportamental feita em Dilma Roussef, para transformá-la na barby de Lula, que brincando quer nos empurrar goela abaixo como "ideal" para governar este Brasil. Lamento como os ditos intelectuais embarcam nessa canoa furada. Para onde corrermos?
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