O Carro dos Milagres é um barco.
Navega sob nave de mangueiras
nas ruas de Belém…
No tombadilho
acumulam-se pernas, troncos, braços,
cabeças destroncadas,
destroços de poesia, cacos de esperança.
Acumulam-se casas, igarités, malárias, espinhelas.
Acumulam-se mazelas e penas desta vida…
Quando, nesse barco
tripulado por sonhos,
equipagem de graças e milagres,
há de haver
o cocar de algum índio celebrado
e o punhado de terras do colono
que garantiu seu chão para viver?
Quando há de haver
no Carro dos Milagres,
como no alvo garçal de Monte Alegre,
o levíssimo pousar de aves claras
revelando
que entre nós a paz pousou na terra.
Poema transcrito do Oratório do Círio de Nazaré, publicado no bloque do poeta.
Que a luz do Círio, a fé em festa, inspire-nos e aclare nossos caminhos.
Um comentário:
Lindo texto do meu amigo Paes Loureiro.
Irretocável.
Que Nossa Senhora abençoe a todos nós.
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