sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Paz, política e economia

A Fundação Nobel está de parabéns. Após surpreender o mundo conferindo, em 2009, o Nobel da Paz ao recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, irritando meio mundo por uma provável escolha política (ele ainda nem tivera tempo de trabalhar efetivamente pela paz), desta vez a escolha recaiu sobre um verdadeiro ativista dos direitos humanos.
Liu Xiaobo, 54 anos, ex-professor de literatura, condenado a 11 anos de prisão por "incitar a subversão do poder estatal", é um ativista clássico: idealista, engajado, pacifista, sem poder econômico, desempenha uma luta de Davi contra Golias ao enfrentar o governo da mais poderosa ditadura do mundo. Ao simples anúncio do prêmio, a censura sobre os veículos de comunicação e as ameaças de retaliação contra a "obscenidade" (classificação dada pelo governo chinês à escolha dos noruegueses) começaram.
O Nobel da Paz foi muito bem dado. Lamentável foi a atitude do chanceler norueguês, Jonas Gahr Stoere, que diante das ameaças de retaliação feitas pelos chineses, tratou de destacar que a Fundação nobel é independente do governo. Tudo bem que Noruega e China estejam em negociações para consumar um tratado comercial bilateral, mas não precisava agir com tamanha subserviência. Todos queremos o dinheiro da China, mas não vejo necessidade de humilhação.
Diante da postura do governo de seu país, gostaria de ver a Fundação Nobel bater o pé, defender o laureado e criticar abertamente o comportamento do governo chinês que, com sua reação, torna evidente, para quem quiser ver, que o prêmio é mais do que merecido.

Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/10/08/dissidente-chines-liu-xiaobo-conquista-nobel-da-paz-922740493.asp
Página oficial da Fundação Nobel: http://nobelprize.org/

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