Final de janeiro de 2010. Época em que os chamados netbooks viviam o seu auge, como dispositivos portáteis de hardware modestíssimo e baixo custo, cujo objetivo principal, era tão somente acessar a web, sem que para isso, tivéssemos que carregar os pesados notebooks. E com efeito, os ultraportáteis meia sola, foram bem recebidos pelos consumidores, a despeito do fato de alguns até hoje, não terem entendido exatamente sua missão fundamental.
Mas afinal, o que é tecnicamente um netbook? Hoje podemos defini-los melhor. São computadores ultraportáteis, com processadores bastante modestos, tipicamente da linha Atom, (especificamente desenvolvidos pela Intel para a nova tendência de mercado), baixa capacidade de armazenamento (que pode até ser maior) , modesta memória de trabalho (que também pode ser maior), contendo versões starter de sistemas operacionais convencionais (Windows. Linux), tipicamente desenhados para trabalharem com hardware mais avançado. Esta era a equação fundamental dos netbooks: hardware modesto rodando software emagrecido desenvolvido para hardware mais avançado. Em outras palavras, uma adaptação, que apesar de razoavelmente cumpridora, ainda causava um desequilíbrio, que foi sendo percebido gradualmente pelo usuário final. Ora! Se eu preciso deste produto apenas para acessar a web, por que tenho que me submeter a um boot ainda mais lento do que meu notebook convencional?
Não se trata portanto, de um campo de distorção da realidade. Trata-se de um sentimento legítimo, típico daqueles momentos intermediários, que precedem as grandes e inovadoras idéias.
Pois nesta época, rumores apontavam que a Apple, ouvindo a voz das ruas e da indústria que apostavam febrilmente no novo filão, estaria por lançar seu próprio netbook. E bem que ela poderia tê-lo feito. Bastava para isso, desenhar um hardware mais apertadinho (não exatamente modesto) e nele incluir o Mac Os X. O surgimento do Macbook Air dois anos antes e o recente lançamento do novo Macbook Air com uma pequena tela de 11 polegadas, são evidências mais do que suficientes para demonstrar a enorme capacidade de inovação da empresa de Cupertino.
Mas, para protesto e até ironia de muitos, este não foi o caminho trilhado pela Apple. No início deste ano, ela uma vez mais, ousou. Lançou o iPad, pesando apenas 680 gramas, que vem a ser o hardware certo, com o sistema operacional certo para fazer precisamente aquilo que nós, usuários finais desejamos. Acessar a web de forma rápida, instantânea, mais do que satisfatória, sem que tenhamos que aguardar mais de 2 minutos para tê-la, literalmente no colo.
Na época, os mau humorados de plantão perguntavam? Para quê vou precisar de um iPhonão? Uma tela maior e mais confortável, um navegador completo, um programa de e-mail elegante, são apenas algumas das respostas. E muitos chegaram inclusive a duvidar de que o iPad se enquadrasse como substituto dos netbooks. Steve Jobs, na keynote de lancamento do iPad, deixou claras suas intenções. Quem precisa de netbooks? E hoje, vejam vocês, aquilo que falávamos na época, aos poucos vai acontecendo. A própria Microsoft que na época chegou a atrasar a morte do malfadado Windows XP para atender a demanda dos meia sola, agora admite que o mercado de netbooks está morrendo.
Mas vejam como são as coisas nesta área bilionária. Em todo este texto, temos uma história aparentemente longa. Mas tudo começou no início deste ano que mal se segura nas pernas. Ou seja, uma fração de segundos, se levarmos em conta outros ritmos.
É o que chama atenção, para a necessidade de olharmos o passado, para explicarmos o presente, e quem sabe, entender e projetar o futuro. Mas pra isso, é preciso acompanhar o cotidiano com a devida atenção. E rápido. Caso contrário, aí sim, poderemos cair no verdadeiro campo de distorção da realidade.
E esteja atento. Algumas lojas, ainda estão abarrotadas de netbooks nas prateleiras, e ainda propagando o passado. Neste exato momento, penso eu, estão com uma grande batata quente, literalmente no colo. Não vá você sentar lá.
3 comentários:
Tenho um ipad e sou feliz. Nao completamente por dois motivos: O primeiro é de tê-lo num país que nao oferece seguranca e com isso tenho que me privar de usá-lo de fato como seria o desejável, sem medo de ser roubado ou morto. O segundo trat-se do bluetooth que ainda nao consegui usar , mesmo com o macbook ( o que seria esperado, mais fácil ). O segundo, provavelmente, será bem mais fácil de ser resolvido.
Mas que coisa, André.
Tô quase te convidando pra vir aqui em casa ver como o pareamento bluetooth funciona tranquilo com o Apple Wireless Keyboard.
Mas nem se anime muito. Ao conseguirmos que tudo funcione, vai aparecer outro (e mais irritante) problema. A impossibilidade de acentuação em português BR. O iPad simplesmente ainda não recebeu o mapeamento de teclado externo para US Intrenational. Isso, nos obriga a recorrer com inaceitável frequência ao teclado virtual pra acentuar. Nem a boa e velha maniçoba, podemos digitar com tranquilidade.
E o pior de tudo. Comprei o Apple iPad Keyboard Dock que também apresenta o mesmíssimo problema.
Mas como disse, possivelmente isso deve ser resolvido com o iOS 4.2, que inclusive está demorando demais pra ser lançado.
Vamos combinar pra resolver isso aí. Mas por enquanto, acredite, não vale a pena nosso esforço.
Abs
O grande problema pra mim, meu caro, é a transmissao de dados entre as máquinas , levando em consideracao que o ipad nao tem USB. E é verdade que já está na hora de uma atualizacao do sistema que contemple a possibilidade de escrita em portugues, ou algo adaptável. Vou seguir me batendo pra conectar. Mas se nao conseguir , aceito sua ajuda, claro, desde já obrigado. abs
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