A última edição do Jornal Pessoal, do jornalista Lúcio Flávio Pinto, traz encartada uma entrevista concedida pelo filósofo Benedito Nunes ao editor, falando sobre sua formação literária e seu amor pelos livros. LFP explica que a reportagem deveria sair no Bandeira 3, antiga publicação sob sua responsabilidade, mas acabou sendo divulgada pela extinta Província do Pará, nos idos dos anos 70.
Mais tarde, por sugestão de Lúcio, a UFPa transformou a reportagem em livreto e o distribuiu aos calouros, em determinado ano, tornando aquela conversa transcrita uma raridade.
Agora, Lúcio Flávio resgatou a entrevista e a dispôs aos leitores do JP. Nela, Benedito fez uma relação de livros essenciais à sua formação, falou de seus autores preferidos, contou como formou sua biblioteca. Em um trecho poético, o filósofo fez notar que uma biblioteca é o organismo vivo, que cresce, tem perdas, aspirações, exige cuidados e, no caso, nasceu antes mesmo de seu proprietário, já que iniciada pelo pai com quem ele não teve contato pessoal.
A história do amor do professor Benedito Nunes aos livros é encantadora. Saber da dedicação à sua biblioteca e da generosidade de fraqueá-la a quem precisava (mesmo ao preço da perda de uns bons exemplares) poderia muito bem nutrir a pretensão de outros que sonham um dia formar torres de conhecimento como aquela que foi construída na Travessa da Estrela.
Parabéns ao Lúcio Flávio pela contribuição à memorabilia paraense. O encarte é para ser guardado como um pequeno tesouro.
2 comentários:
Bela lembrança, Rocha. A entrevista foi Uma viagem literária ao quarto de Benedito Nunes, com passagem pelo famoso jardim, sem tocar a campainha.
Deu para privar de um pouquinho da intimidade intelectual do professor, Roger. O encarte está sensacional.
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