quarta-feira, 4 de maio de 2011

Droga Mortal




É difícil imaginar algo pior do que uma pedra de crack para causar devastação neuronal.


Mas na Bolívia e no Peru foi desenvolvido o óxi, pedra oriunda da queima da pasta da folha de coca com cal virgem e um combustível, como gasolina, querosene ou mesmo líquido de bateria.


A novidade chegou inicialmente às capitais da região norte do país (Belém inclusive) há poucos anos e acaba de infestar a cracolândia, em São Paulo (vide matéria no UOL Notícias).


Inalada na lata ou fumada no cachimbo, a pedra amarelada (um pouco mais escura que o crack), que custa apenas de 2 a 5 reais, chega ao cérebro em menos de 10 segundos, desencadeando euforia, paranóia e muitas outras sensações violentas através de uma verdadeira tempestade de neurotransmissores cerebrais.


Como o efeito é muito mais breve do que outras drogas (cerca de 10 minutos), a “fissura” para usá-la de novo é gigantesca e minimizada apenas pela ingestão de grandes quantidades de bebida alcoólica.


Álcool mais cocaetileno é igual à cirrose hepática , que adicionada à fibrose pulmonar e a complicações gastro-intestinais culmina com elevadíssima morbi-mortalidade dos usuários.


Perigo total.

4 comentários:

Itajaí disse...

Meu caro Scylla,
Do ponto de vista da carga de doença do país, o alcoolismo tem hoje maior impacto que o Crack. Entretanto, constitui problema de saúde pública a não ser ignorado num contexto de transversalidade de políticas públicas.
Hoje passei o dia com técnicos do MS cuidando das açoes destinadas aos usuários de crack, álcool e drogas. Acredito que fizemos um bom trabalho que atende ao diagnóstico situacional da drogadição e alcoolismo no Brasil. A equipe técnica é experimentada e está sob a chefia do doutor Tikanori.
Obrigado pela sensibilidade de pautar esse assunto no Flanar,
Grande abraço do
Itajaí

Scylla Lage Neto disse...

Itajaí, é bom ouví-lo!
Espero que as ações planejadas atinjam o alvo e que menos minimizem os terríveis efeitos sociais das drogas legais e ilegais.
Um grande abraço.

Yúdice Andrade disse...

Some-se a isso a convicção que muitos jovens possuem de que têm a obrigação de experimentar as "novidades"; que esse negócio de perigo das drogas é exagero ou frescura; que não são viciados, por isso podem parar a hora que quiserem, etc.
Por mais trágico que seja, a melhor forma de impedir que o óxi se torna o grande sucesso das baladas é se ele for encarado como droga de pobre. Se alguém entender que ele é sofisticado (???), como o ecstasy, aí a tragédia está feita!

Scylla Lage Neto disse...

Yúdice, o grande risco reside no momento em que o jovem não tem os 20 reais da pelota de ecstasy e resolve gastar só 3 reais na pedra de óxi ou mesmo 8 na de crack.
Esse poderá ser o momento decisivo para a degradação pessoal e social total e definitiva.
Abs.