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Surgiu assim, em 1993. |
Ele já foi sonho de consumo de muitos, por sua beleza e requinte. Um sonho inacessível à esmagadora maioria de seus súditos, num país de preços proibitivos e numa época em que não se sonhava com a facilidade de crédito que vivemos nos últimos anos (por sinal, já encerrada). Agora, oficialmente, ele sai das linhas de montagem da Chevrolet para entrar na História. Afinal de contas, uma história de 18 anos.
O
Vectra (o nome não significa nada; segundo li, foi gerado num
software que cria palavras e escolhido pelo impacto sonoro que provoca) chegou ao Brasil a partir de seu congênere fabricado pela Opel (subsidiária alemã da General Motors), com a missão de substituir o Monza, um dos maiores sucessos da Chevrolet. De certa forma, preencheu também a lacuna deixada pelo Omega, cuja fabricação no Brasil se encerrou em 1998 e foi um dos maiores produtos da indústria automobilística brasileira. Por alguns anos, o Vectra cumpriu bem a difícil tarefa que lhe fora confiada.
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A segunda geração durou uma década, a partir de 1996. |
O Vectra sempre foi bonito e arrojado, mas não necessariamente potente. Talvez a Chevrolet se tenha acomodado ao seu sucesso e passou anos se preocupando mais com os carros de entrada, que vendiam bem mais. Com o passar dos anos, o mercado se queixava do
design datado (expressão típica de revistas sobre carros!), suavizada por meros
face lifts, e da motorização insatisfatória. Chegou uma hora em que não foi mais possível fazer ouvidos moucos ao público e à crítica: surgiu então a terceira geração. No entanto, o estrago já estava feito: o sucesso nunca mais se repetiu.
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Sai de cena assim, sem entusiasmar. |
A Chevrolet ainda fabrica as últimas unidades do Vectra, utilizando peças em estoque. Para promovê-lo, criou a série especial "Collection", caracterizada pela cor verde. Mas amarga a queda das vendas, o fiasco da versão
hatch do veículo e a impossibilidade de competir à altura com as inúmeras outras opções lançadas pelos concorrentes. Contra fatos, sabe como é. Chegou a hora de dizer adeus, mas evidentemente não sem antes conceber a estratégia para recuperar o mercado perdido. E essa estratégia atende pelo nome de Cruze, que já roda nos Estados Unidos e, no Brasil, apenas em testes, mas que estreará (outra expressão que as revistas especializadas adoram!) por aqui nos próximos meses, ainda este ano, segundo os planos da empresa.
O Cruze é um sedã médio que também terá a sua versão
hatch e motores 1.8 16 V. Esta última foto mostra o carro de testes com disfarces leves, num
shopping próximo à fábrica da GM de São Caetano do Sul (SP), e no detalhe o visual que deve possuir, salvo surpresas. Só não espere um preço convidativo.
Aqueles que gostam de carros não deixariam de ter alguma opinião sobre o Vectra. Ainda que países emergentes segurem seus carros por muito mais tempo (no primeiro mundo, eles são modificados no máximo em dois anos), há histórias e histórias. E a do Vectra não pode ser desprezada, como a de outros modelos, que deixaram saudades.
2 comentários:
Yúdice, na verdade o Vectra "real" acabou em 2005, aqui no Brasil.
O Vectra brasileiro é desde 2006 fabricado sobre o chassis do Astra e com o porta-malas da Zafira adaptado na traseira.
O design é nacional e certamente pouco competitivo em relação aos outros sedãs médios.
Mas que ele marcou a nossa produção automobilística, isto é inegável.
E já foi meu objeto de desejo (não efetivado!) no passado.
Que venha o Cruze!
Um abraço.
Tinha certeza que deixarias um comentário nesta, Scylla. Parece que somos os representantes da classe de fãs de automóvel, aqui no blog.
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