quarta-feira, 27 de julho de 2011

Desconectar e desplugar

Foi-se o tempo em que terminar um relacionamento, era meramente dizer que não dá mais e cada um ir para seu lado, deixar o tempo passar e curar as feridas. Atualmente, temos uma vida paralela bastante intensa em nosso cotidiano. A vida virtual, de fato, quando não origina alguns relacionamentos, complementa as formas convencionais de comunicação das relações que se iniciam na vida real. 
Sendo assim, dependendo da maneira que conseguimos desatrelar nossos corações, muitas vezes, é necessário e desejável também desfazer os links virtuais. 
O fato é que executar essas desconexões virtuais, tem no DNA o potencial de aparentar uma atitude punitiva/vingativa. O que nem sempre é verdadeiro. Pode perfeitamente ser parte de um acordo mútuo, de preservação do mínimo que sobrou da relação que se finda. Apenas isso.
Conheço casais separados que executaram esta desconexão de forma racional e amigável. Conheço também ex-namorados que mantiveram seus links intocados. É claro que há condições muito pessoais que podem permitir uma atitude ou outras. E as decisões e suas consequências devem ser analisadas caso-a-caso.
Contudo, penso que desconectar os links virtuais, pode ser em alguns casos, tão importante quanto desfazer os reais. Evitar o que eu chamaria de "too much information", pode ser a base de uma futura amizade promissora e verdadeira ou mesmo de cenários positivos mais complexos.
No Twitter, por exemplo, as conexões/desconexões são tão dinâmicas quanto o próprio espírito do microblog. E elas tem um nome: Follow/Anfollow. Há inclusive, uma frase aparentemente cínica, que corre há tempos no Twitter. Sempre é dita, para aqueles que tem mais dificuldade de aceitar o anfolou. Quem ama, dá anfolou
Como disse, pode parecer cínica e até debochada. Com efeito, tudo o que é escrito, sem que os interlocutores possam trocar olhares, entonações de voz e expressões, pode ser mal compreendido.
Pessoalmente, penso que todos nós, sem exceção, podemos nos tornar suficientemente insuportáveis, à ponto de justificar um anfolou. Ou, fazendo o paralelo da vida real, com o potencial de fazer com que alguém que você conhece bem, atravesse a rua para não encontrar com você. É bem verdade que, especialmente no Twitter, a profundidade dos relacionamentos pode não ser das mais edificantes.

Reclamar e se magoar com as desconexões virtuais, (a exemplo do mundo real) é legítimo. Afinal, cada qual tem a liberdade de reagir do jeito que achar melhor diante de situações de forte apelo emocional. E cada qual tem e precisa de seu tempo, para elaborar e estruturar sua própria compreensão destas emoções. Mas com o passar dos dias, em casos pontuais, podemos aprender que é algo que, simplesmente, também precisa acontecer. Sem maiores traumas. 
Mas é claro que sempre haverá alguém, que fará tudo exatamente ao contrário do cenário específico que este post procura abordar. Usará todas as armas disponíveis para magoar, arranhar ou mesmo agredir seu parceiro (a). E fazê-lo virtualmente, é apenas parte de um problema maior. Há uma analogia hilariante no mundo real desta atitude, na forma de  uma música bastante antiga e brega, que dizia assim: "Risque! Meu nome de seu caderrrnooooo! Não aguento mais esse inferrrnoooo. Deste amor fracassado!". Kkkkkkk!

Nunca é bom generalizar. O bom mesmo, é saber o suficiente do (a) parceiro (a) que se afasta, para poder entender com mais precisão, a essência de sua atitude. E reagir apenas se necessário.

Mas há um infindável número de variáveis que regem os relacionamentos, seu início, sua manutenção e seu fim. E elas, obviamente, vão definir sua atitude preferencial. Apenas enfoquei uma possibilidade plausível, de boa índole, sem maiores pretensões ou expectativas.
Desencanar, descomplicar, descomprimir e navegar, é preciso. Sempre que possível.

4 comentários:

Marise Rocha Morbach disse...

Carlos, de fato, és um especialista em redes. Bj

Carlos Barretto  disse...

Só isso, querida,
No resto, sou mesmo uma criança que aprende sem medo.

Beijos

Luiza Montenegro Duarte disse...

Ainda não tive a oportunidade de te conhecer pessoalmente, mas, pelas minhas impressões e por comentários de terceiros, afirmo que és um "gentleman". Uma pessoa agradável, divertida, inteligente, solìcita, sensível e educadíssima. Detecto, porém, um grande defeito (típico dos que não gostam de magoar os outros): te justificas muito! "Let it be", meu amigo. Todos nós somos mau interpretados. O importante é ter consciência das nossas intenções.

Carlos Barretto  disse...

Obrigadíssimo, Luiza.
Mas é isso mesmo. Me justifico muito.
Mas nem me custa tanto assim.
Rsssss

Abs