quarta-feira, 27 de julho de 2011

Quanto vale uma garrafa de vinho?




Eu sou um apaixonado por certos vinhos brancos, o que me coloca na contra-mão da grande corrente que preconiza que vinho é tinto, e ponto final.


É óbvio que não dispenso, entre os tintos, um bom Barolo (e existe Barolo ruim?) ou mesmo um Burgondy, tipo Côte de Beaune ou Côte de Nuits, principalmente se ingerido em boa companhia e bem próximo da região produtora.


Mas para mim, somente alguns brancos, como um bom Chardonnay ou o meu favorito Meursault, da Borgonha, ou mesmo um bom Riesling, Gewurtztraminer ou Pinot Gris, da Alsácia, têm a capacidade de elevar os espíritos a grandes alturas.


E a notícia veiculada ontem sobre a venda de uma garrafa de vinho Chateau d'Yquem, da região de Bourdeaux, de 200 anos de idade, por US$ 117 mil, um recorde de preço para os brancos, me alegrou o coração. Os vinhos brancos começam a ser valorizados.


Eu só não sei se teria coragem de abrir a tal garrafa. E se já for vinagre?!...


PS: a propósito, pela primeira vez na história da vinicultura nacional, os brancos tiveram uma boa safra, em 2010. Talvez o fator climático tenha sido o responsável. Portanto, fica a dica: ao enxergar uma garrafa de Chardonnay ou de Gewurtztraminer, safra 2010, da região de Bento Gonçalves, comprem. E bebam.

8 comentários:

Edvan Feitosa Coutinho disse...

Oi Scylla,
Eu não tenho preconceitos com os vinhos brancos. Acho que há um nível altíssimo de qualidade neles. Te recomendo duas coisas: uma viagem à região de Cafayate, na Argentina, a terra da uva torrontés - que é autoctone. É um lugar lindíssimo e as vinícolas são de encher os olhos, e claro, provar um bom torrontés. Li algo bem legal do Ed Motta sobre esse vinho de nuestros hermanos:

http://veja.abril.com.br/ed_motta/index_050407.shtml

Santé! Salud!

Francisco Rocha Junior disse...

Scylla, também gosto dos brancos. E mais: gosto dos rosés. Estou na contramão? Quem vem do lado contrário que me acompanhe!

Scylla Lage Neto disse...

Edvan, obrigado pela dica.
Nada como degustar o bom vinho na origem.
Santé!

Scylla Lage Neto disse...

Francisco, estamos todos na mão inglesa!
Rssss

Anônimo disse...

Gosto muito dos bons vinhos, e dentre estes existem muitos brancos. Quem tem preconceito com vinho nacional, vinho doce, com um branco ou rosé, na verdade não é um apreciador de vinho completo.

Scylla Lage Neto disse...

É verdadade, Alan.
O preconceito em relação aos vinhos "desvalorizados" bem que poderia ser crime inafiançável.
Você concorda?
Rssss
Abs.

Anônimo disse...

Concordo plenamente, Doc. Inclusive, peço licença para colocar aqui o manifesto do Movimento Vinho Sem Frescura, de nossa autoria:

Se você gosta de vinho mas bebe mesmo é aquela cervejinha gelada no boteco da esquina, ou adora vinho mas não aguenta aquele papo de "buquê redondo e elegante com notas de alcachofra, orégano e maçã verde", junte-se ao nosso movimento Vinho Sem Frescura!

Nada de procurar o vinho preferido do Duque de Edimburgo, ou de pagar por safras raríssimas cujo líquido custa mais que petróleo: vinho bom mesmo é o que dá prazer ao seu paladar! Beber vinho não comporta padrões, as pessoas tem gostos diferentes e felizmente existem centenas de tipos de vinho, para agradar a todos.

Venha fazer parte do grupo de combate aos enochatos, aqueles sujeitos pedantes que leem um livro e saem por aí criticando os "ignorantes", enquanto giram e cheiram até taça de água, achando que já são enólogos laureados. Não caia na armadilha de achar que beber vinho é algo tão sofisticado que exige curso superior e pós-graduação em enologia. Isso é coisa daqueles sommeliers afrescalhados, capazes de sentir trinta sabores e doze aromas diferentes numa única taça. É possível gastar pouco e ter o prazer de um bom vinho!

Chega de afetação e arrogância, de gente torcendo o nariz para o Lambrusco!

Para isso, conheça e passe a combater os Quatro Grandes Mitos Sobre Vinhos:

1) "Vinho bom é vinho caro": existem excelentes vinhos a preço baixo por aí, nacionais e importados, destes últimos principalmente portugueses, argentinos, uruguaios e chilenos;

2) "Vinho bom é vinho velho": cada vinho tem a sua evolução, e geralmente quando engarrafados e comercializados eles já estão no ponto pra ser bebidos. Alguns tipos de vinho podem envelhecer depois de engarrafados, mas são poucos;

3) "Vinho bom é vinho importado": existem excelentes vinhos nacionais, principalmente espumantes - nossos melhores espumantes empatam com os espanhóis e só perdem para os franceses;

4) "Vinhos tintos acompanham carnes e vinhos brancos acompanham peixes e aves": não é uma regra absoluta, na verdade o tipo de vinho depende da intensidade do sabor do prato, quanto mais carregado o sabor mais potente deve ser o vinho. E existem vinhos potentes tanto brancos quanto tintos.

VIVA O VINHO SEM FRESCURA!

TODO PODER AO LAMBRUSCO, AO VINHO ARGENTINO E AO ESPUMANTE NACIONAL!

Scylla Lage Neto disse...

Alan, o manifesto tem o meu total apoio.
Tenho um amigo que diz assim: "o melhor vinho do mundo é aquele que eu gosto" e "o segundo melhor é aquele que está me esperando lá na geladeira de casa".
Um abraço.