quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Medidas extremas

Em outras épocas, quando eu saía para jogar bilhar com um grupo de amigos — todos incompetentes para  o jogo, embora nenhum tanto quanto eu —, um deles costumava dizer que, na dúvida sobre qual jogada fazer, só havia uma opção: "porradão". Aí ele dava a tacada mais violenta que podia e esperava as consequências.
A técnica de jogo do meu amigo (se é que se pode chamar para isso de "técnica") parece ter sido levada para a vida real por alguém na Assembleia Legislativa. Pelo menos foi o que noticiou o plantão do Portal ORM às 8h28 desta manhã:

Caso Alepa: Deputado denuncia que processos desapareceram

Deputado Edmilson Rodrigues (PSol) denunciou que 53 processos licitatórios sumiram da sala da Comissão Especial de Licitações de Obras (Celo) da Assembléia Legislativa do Pará. Arquivos contidos no computador do referido grupo técnico também foram apagados. O presidente do Poder, deputado Manoel Pioneiro (PSDB), informou que ambos os problemas, que prejudicam a investigação sobre as fraudes no Legislativo, estão sendo averiguados.
Da tribuna, Edmilson Rodrigues cobrou explições da presidência por causa dos prejuízos que a perda de documentos administrativos pode causar às investigações das fraudes ocorridas na Alepa antes de 2010, ano administrativo em análise pelo Ministério Público Estadual.
Ele levantou a suspeita de queima de arquivo porque o suposto sumiço ocorre em meio à denúncia feita pelo MPE de que 105 processos licitatórios realizados em 2010 foram fraudados.
Para o psolista, o fato se torna ainda mais estranho ao se observar que a comissão de licitações responsável pelos processos classificados pelo MP como fraudados é a mesma que organizava os processos agora tidos como desaparecidos.

A prática não é inédita. Dizem as más línguas que, quando vira um governo que não fez seu sucessor, é um tal de HD desaparecendo que muito me intriga ninguém ter sido preso por isso até hoje.
A ser verdadeira a acusação do pré-candidato a triprefeito de Belém (o que, presumo, ninguém duvida), o fato, com sua inevitável carga criminal, pode respingar no atual presidente da casa, que até aqui se tem esforçado por fazer todo mundo acreditar que ele não tem culpa de nada, já que assumiu o bonde somente em 2011.
Mais um capítulo emocionante dessa triste novela.

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