Ao ver ontem, em pleno engarrafamento na Rua dos Mundurucus, um Volkswagen Gol bem desbotado, outrora dourado, meu coração deu uma acelerada forte, meio que engasgando.
Era um carro igualzinho ao meu primeiro, um Gol 1980, comprado pelo meu pai na Belauto como presente por eu ter passado no vestibular.
Dentro do velho veículo estava um idoso casal, ambos de cabelos brancos, a senhora com o braço esquerdo passado por cima do banco do intrépido motorista. Ele, concentrado, brigava por espaço com um ônibus e um táxi simultaneamente, fugindo das obras que supostamente cessarão as enchentes daquele perímetro.
Deixei-os passar com o sincero intuito de admirar o carro, que apesar de bem surrado ainda mantinha uma certa pose, típica daqueles que conhecem o caminho e que são donos das suas verdades e dos seus destinos.
Era certamente um carro feliz.
5 comentários:
Scylla,
Na promoção da compra do seu gol1980, ganhava também uma prancha de windsurf?
Não, Roger, ganhava um kit de primeiros socorros mecânicos para usar na beira da BR, preferencialmente à noite...
Rssssss
O primeiro carro é que nem o primeiro amor, nunca se esquece!
O primeiro carro é que nem o primeiro amor, nunca se esquece!
Pedro do Fusca
É verdade, Pedro.
E o fusca está rodando bem?
Nunca mais o vi na rua.
Um abraço.
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