Imagem: Rodolfo Klautau* |
A imagem acima, segundo me informa seu autor, é de 1995. Tem cerca 17 anos!
Ela reúne o kit básico de uma pessoa, que em algum momento de sua vida, precisou morar longe da família para solidificar conhecimentos, trocar experiências, ou qualquer outra motivação semelhante. Reúne, portanto, tudo aquilo que de maneira mais elementar precisaríamos na época, para mantermos contato regular com nossos amigos e parentes.
Observem os detalhes. Lá estão o Walkman (marca registrada da Sony), agenda, blocos de notas, um dicionário, lápis, papel e cartas. Impressionante, não? Mais ainda, se compararmos com os dias atuais e percebermos como tudo isso mudou.
Óbvio que a mudança não aconteceu num passe de mágica. O caminho foi longo e tortuoso até o cenário que experimentamos na atualidade. Em muitos casos, doloroso. Muitas empresas de renome e competência fracassaram pelo caminho.
No meu caso, como usuário, tudo começou com uma coisa que um dia se chamou de PDA (Personal Digital Assistant). Palm Pilot era o nome do gadget. E não era pouca coisa. Com ele, já conseguíamos eliminar boa parte dos elementos mostrados na imagem acima. Organizávamos nossos contatos e agenda de compromissos, instalávamos pequenos aplicativos e até, com o auxílio de acessórios de custo elevado, conectávamos precariamente à internet com um modem discado.
E acreditem. Era uma maravilha. Só faltava mesmo a tal da "convergência". Faltavam o telefone, a câmera, o GPS, e todo o resto.
:-)
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Foi somente no final de 2006, que eu usaria algo semelhante aos atuais smartphones.
Passei a usar isto aqui.
Equipado com o malfadado Windows Mobile Phone Edition, o iPaq hw6945 lidava muito mal com a memória de trabalho, deixando aplicativos abertos em segundo plano. Em consequência, travava em inúmeros momentos cruciais. Além disso, não era multitarefa, era grandalhão, feioso e pesado.
Porém, devo admitir que para a época, a experiência com o produto foi interessante. A despeito das inúmeras ressalvas, ele funcionava razoavelmente bem como PDA e telefone móvel. Já possuía GPS e câmera digital VGA (ridícula, diga-se) e até um elegante "bercinho" para sincronismo com o PC. Como era do DNA dos chamados palmtops, sua tela era sensível a uma prosaica "stylus pen". E só desta maneira podia ser operado.
Eis então que em 9 de janeiro de 2007, um entusiasmado Steve Jobs lançava a primeira versão do iPhone. Após ter feito uma verdadeira revolução na mídia digital com o revolucionário iPod ele aparece com um produto de belo design, capaz de acessar a web, organizar contatos e compromissos, instalar aplicativos e com uma extraordinária tela sensível ao toque dos dedos. A façanha era convergir uma revolução dentro de outra. Demais, não?
Surge então, em minha opinião um detalhe muito curioso dessa história. Meu primeiro smartphone era feioso, de design grosseiro e ousou existir numa época em que as operadoras de telefonia móvel brasileiras migravam do dinossáurico WAP para a lenta conectividade móvel EDGE. E é precisamente este pequeno detalhe que me causa mais espécie. Simplesmente, além de inovador, o iPhone era o produto certo, na época certa.
Está claro então que o iPhone não foi o primeiro smartphone a surgir no cenário mundial. Mas certamente foi o que consolidou de maneira mais eficaz, harmônica e elegante o conceito de telefone móvel inteligente que usamos hoje. E deu origem a uma saudável concorrência, que só lhe amplia o mérito como plataforma mais bem sucedida nesta categoria.
Pessoalmente, penso que o iPhone ainda é a maneira mais deliciosa de substituir todos os ítens da histórica imagem acima. Com todo o respeito a concorrência, que ressalte-se, é sempre desejável e bem vinda.
*Agradecimento especial ao amigo Rodolfo Klautau pela cessão da histórica imagem de sua autoria.
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