domingo, 12 de fevereiro de 2012

Quanta burrice II.

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Quando eu me refiro ao fato de que em Belém cultivamos e admiramos a burrice, não estou abstraindo; nem fico comovido como o Diabo, como escreveu Drummond. Quiça fosse isso! Quando escrevo isso, faço na convicção de que aqui só os que tem voz e arrogância suficiente para dizerem que são os tais: é que são referenciados por muitos. É o caso no qual estão envolvidos o secretário de Estado de Comunicação, Ney Messias, e a jornalista e advogada Franssinete Florenzano.Eu poderia simplesmente dizer: trata-se de um caso patológico. Mas é mais, bem mais do que isso. Essas pessoas são cultivadas em um meio adequado no qual são ungidos como os tais, os sabichões, os que trouxeram a chave. Aliás, andam com ela; abrem portas, fecham portas. Ditam ensinamentos, fazem referência às idéias e às pessoas partindo de um único pressuposto: a burrice. Não há outro. São os caras que riem das pessoas que estudam, que tem títulos, que tem sonhos, que tem princípios, que tem diplomas, que pensam, que não se vendem por qualquer tostão, que enfrentam a vida com dignidade. Neste sentido Belém é uma cidade burra. Burra e torpe.

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15 comentários:

Pedro do Fusca disse...

Marise, não leio certos Blogs porque somente a verdade deles é que é a verdadeira. Qual o motivo desta briga toda? Não se pode mais divergir? Ou o outro lado ainda esta a serviço da ABCB - Associação dos Blogs Chapa Branca, associação esta segundo o saudoso Blog do Vic criada pela Ana Julia e Puty para blindarem o Governo do PT.

Marise Rocha Morbach disse...

Pedro, lamento que o blog do Vic seja motivo de saudosismo prá você: eu tinha e tenho horror. Mas vamos aos fatos. Divergir e argumentar são coisas deliciosas, notadamente pelos indivíduos que não façam disso um enorme espelho, e que não se vejam como a última coca-cola do deserto. Tem uma questão importante aí: estar investido de um cargo público; ser um secretário de governo, por exemplo. Isso faz com que o ocupante do cargo deva reconhecer a importância de manter alguns princípios. O que não era o caso do Vic, por exemplo. Na questão em pauta o que se observa é justamente a ausência de conhecimentos e de postura do atual secretário para se colocar diante dos argumentos públicos; não basta o paletó. O twitter é considerado "espaço público" para o Secretário de Governo Ney Messias. Não adianta ele tirar uma de adolescente rebelde e viajado. O mundo público é outro papo. Além disso, dado o número de eleitoras do sexo feminino este cidadão deveria pensar que o termo cadela não é muito apropriado ao discurso público. Quando falo em burrice - e sustento a minha hipótese - é na dimensão do esquecimento de que existem valores públicos muito mais importantes e caros à sociedade do que as traquinagens de moleques.
Abraço Pedro.

Anônimo disse...

Não gostar do PT é direito de qualquer um. E é perfeitamente possível ser contra algo ou alguém sem ser baixo e grosseiro. Não era o caso do Vic. Aquele blog dele era um senhor lixo, mal escrito e de baixo calão.

Agora, não sei de onde o Pedro tirou Ana Júlia, Puty e Vic, já que estamos falando de Jatene e seu porta-voz Ney Messias...

Marise Rocha Morbach disse...

Prof.a Alan, aquilo era um lixão, era sim! E é incrível a nossa dificuldade de fazer a crítica sem, imediatamente, ser capturado pela comparação. Que merda, não é?

Pedro do Fusca disse...

Por isto é que é bom divergir, um dos melhores Blogs do Estado é o da Perereca da Vizinha da Jornalista Ana Célia, pois esta Jornalista trabalhou no Blog do Vic e ela certamente não trabalharia em um lixão. Lá no Blog do Vic sabiamos de algumas verdades que outros Blogs não noticiavam, como exemplo a criação da ABCB para blindar o Governo da Ana Julia que nenhum blog quiz por opção noticiar.

Carlos Barretto  disse...

Égua! Péra lá.
Muitas vezes temos que arrancar estômago pra lidar com certos posicionamentos. Mas tudo bem.

Meu caro Pedro.
Cada articulista deste blog tem seu próprio ponto de vista e atitude diante de vida. E cada qual reage a seu sabor.
Marise, por exemplo, tem opinião contrária a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Pessoalmente, no máximo, posso afirmar que "não sou contrário". O que é bem diferente de dizer que "sou a favor". Este é apenas um dos inúmeros exemplos.
Dito isso, tendo em vista os fatos da época (que aliás trouxeram ao Flanar alguma contrariedade) devo dizer que considero sua a referência "saudosa" ao Blog daquele deputado e seu factóide de ocasião (a tal da ABCB) quase ofensivas.
Esquecerei a hipótese de ofensa deliberada e vou optar pela de mera desinformação e desconhecimento da trajetória deste blog e de boa parte de seus integrantes, devidamente identificados, sem pseudônimos, ressalte-se.
Pessoalmente, jamais escondi meus pontos de vista. Posiciono-me claramente, abertamente, à esquerda.
O que não significa, apoiar ou reprovar cegamente o governo da hora.
O deputado que vc cita de maneira "saudosa", em minha opinião, jamais teve postura digna como político capaz de lhe "dar moral" para criar os factóides e encrencas que criava, visando única e exclusivamente interesses pessoais, como muitos infelizmente (de variados partidos) continuam a fazer. Vindo de um partido como o DEM, para mim dispensa maiores comentários.
Lembro que este agora esquecido cidadão, tentou incluir o Flanar em seus destemperos da tal de ABCB que vc citou.
Entende agora a razão de achar quase ofensiva sua citação?
Mas se vc acha por bem tecer loas a conduta dele, nada a fazer. É um direito seu.

Abs

Val-André Mutran  disse...

E Mundo continua girando.
A burridade prospera.
A imbecilidade agora vale cargo.
Exploda-se o povo.
À mmerda os eleitores e contribuintes que pagam a conta.
"Cadela" usado como termo para se referir a uma pessoa. Não. Basta.
A Franssinete, as mulheres, cidadãos, não podemos aceitar tal fato praticado por um ocupante de cargo público.
Esse sujeito ofendeu - por tabela - minha mãe, minha mulher, minha filha.
Quanta ousadia.
Ele acha que vai ficar impune?
Ou o governador demite esse senhor ou...
Bem.
A Justi;ca dirá.
- Força, Franssinete. Estamos contigo.

Erika Morhy disse...

É triste constatar que, sim, o "caso Ney Messias" é sintomático, simbólico e muito representativo. Pobre de nós. Acho que, mesmo não dando "em nada", vale a pena nos organizarmos enquanto sociedade e exigirmos uma atitude digna do governo. Ficar calado é ajudar a manter um ciclo mórbido de afronta aos nossos direitos.

Marise Rocha Morbach disse...

É sintomático Erika. Sintomático da nossa burrice. Tô me sentindo um Beat, entre mochilas e trens.Bj.

Franssinete Florenzano disse...

Obrigada, Marise, Carlos, Val-André e Erika.
Não bastasse o despreparo para as responsabilidades do cargo, Ney Messias afronta a todos, homens e mulheres, que não são do seu grupelho. É contumaz.
É uma vergonha que o Pará tenha um secretário de Comunicação de tão baixa estatura moral.

Lafayette Nunes disse...

Sinceramente, tive e tenho muito receio em dar minha opinião nesta questão envolvendo a Franssinete e o Ney Messias.

Medo não é, pois só tenho medo de, ao morrer, ser esquecido rapidamente.

Aliás, hoje postei: Se não existisse, que falta eu faria? Tenho medo que a resposta seja: Nenhuma!

Comecei, no twitter, um quase início de manifestação, mas percebi há tempo que o que menos se queria, ambas as partes, eram opiniões, mas, sim, concordâncias.

Depois de um certo período, curto, e em virtude da velocidade própria da web, o volume de opiniões, conclusões, julgamentos, execuções sobre o caso já estavam postas e repostas. Nada mais havia para opinar.

Aqui, agora, por exemplo, esta opinião da ausência de opinião já está me causando receio.

E, Marise, na minha opinião (rs), penso que a burrice não é preconceituosa. É democrática até, pois não vê cara, nem coração.

Lu disse...

O blog do Vic Pires Franco era um lixo, sim. Ele, a exemplo do atual secretário de Comunicação, Ney Messias, adorava usar palavras de baixo calão e, o que é pior, também se valia de imagens ofensivas, especialmente para agredir as mulheres. Muito bem colocado o assunto em questão pela Marise,Val-André e Carlos Barreto. Seria muito mais digno de uma autoridade pública, no mínimo, um pedido de desculpa por sua postura. O que mais me espanta é que esses homens públicos paraenses adoram agir desta forma com mulheres... Por que será??? Provincianismo? Machismo? Pessoas Nefastas? Franssi, tb tens meu irrestrito apoio. Bjs! Luciane Fiuza

Marise Rocha Morbach disse...

Luciane é um prazer tê-la aqui, enorme! Vê só, consegui fechar um projeto de pesquisa para estudar a formação da opinião no Pará na Nove República. Temos vários componentes para tentar aproximar essas questões. De qualquer forma estamos muito acomodados na completa ausência de republicanismo da parte dos homens públicos; existe um silêncio torpe da sociedade em relação aos homens, isso a gente observa nos impactos causados pela pedofilia quando examinamos os resultados das ações judiciais. Daí Seffer e muitos outros. O que fica evidente? Na sociedade paraense o papel do macho ainda é o do Pater Familias romano. Fechou a porta da casa ele é o dono absoluto do pedaço com poder de vida e morte sobre todos. E as mulheres? E as famílias? As classes médias paraenses precisam ser estudadas. Considero que a situação já passou do ponto da dramaticidade, é patológica. Uma sociedade doente e anômica, estão quebradas as estruturas de moralidade. Bjs.

Marise Rocha Morbach disse...

Eu diria Lafayette que a burrice aumenta e torna o preconceito uma faceta cruel que podemos observar no tipo de humor que esses caras produzem. O humor perverso que o Machado de Assis imprimiu em Brás Cubas. Esses caras são muito perversos, muito, muitíssimo; não aceito e não admito principalmente o silêncio; isso é o pior de tudo. Abs.

Lu disse...

Imagina, o prazer é todo meu, Marise. Sempre leio o blog, e adoro! Só que às vezes tenho dificuldade pra comentar e desisto... srsrs
Acho que vc resume tudo quando fala em patologia. Nossa sociedade está doente, sim: surda, muda e cega. Ainda bem que ainda há pessoas como você, o saudoso Juvêncio de Arruda, Franssinete Florenzano, Lúcio Flávio Pinto e todos os que têm disposição, coragem e competência para falar, analisar, enfrentar e denunciar situações deste tipo. Chega de tanta burrice, de tanta acomodação, de tanto absurdo!!! Chega desse humor macabro, cheio de preconceito velado ou escancarado. Fico feliz e cheia de esperança em saber desta pesquisa, pois as novas gerações, em especial, necessitam beber destas fontes preciosas. Beijo grande e parabéns pelo post!!! Lu.