Marise, eu não me conformo que tudo tenha acabado em pizza e que ninguém tenha sido julgado. É um pedaço recente da história que eu sinceramente não consigo entender: como o povo, através de seus governantes eleitos, aceitou que o silêncio substituísse a verdade. Como? Abraços.
Sabe Scylla, essa imagem do Wladimir Herzog é de 25 de outubro de 1975; todas as vezes que me vejo diante dela tenho uma tristeza profunda; me sinto frágil. Logo depois, sou como tomada por uma firme decisão de ser quem sou; de me olhar no espelho com a máxima franqueza. Essa imagem me aniquila, por um lado; por outro, me dá uma enorme convicção sobre os meus ideais e a minha individualidade. O controle é uma máquina doentia. Até hoje, só Kafka se aproximou do que essa imagem me diz. Viva Vladimir Herzog! Viva a Liberdade! Ser livre é condição, como bem sustentou Jean Paul Sartre. Mas, estar vivo, é inexplicável.Sempre bom contar com seus comentários Scylla. Abs.
Amigos, mesmo que não se possa mais julga-los, digo que não se pode esquecê-los.
Concordo com o Chico Buarque quando ele traça um paralelo interessante nas artes, não só a musical, e conclui que o período negro da ditadura nos fez perder a delicadeza. Uma das piores sequelas, acredito.
Taí Lafayette uma verdade literária: a perda da delicadeza. Penso que a geração do Chico que está aí próxima dos 70 sentiu a porrada de frente. Imagina ser filho de um intelectual do quilate do Sérgio Buarque de Holanda. Um cara que estava preocupado em pensar o Brasil, e que deveria ter pouco tempo para os filhos. E aí vem um período duro para a geração do Chico, intelectualizada, viajada e curtidora.Os que conheço são indelicados com as pequenas delícias da vida. Ou se tornaram ainda mais duros; e o restante se transformou em grandes burgueses. Abs.
4 comentários:
Marise, eu não me conformo que tudo tenha acabado em pizza e que ninguém tenha sido julgado.
É um pedaço recente da história que eu sinceramente não consigo entender: como o povo, através de seus governantes eleitos, aceitou que o silêncio substituísse a verdade.
Como?
Abraços.
Sabe Scylla, essa imagem do Wladimir Herzog é de 25 de outubro de 1975; todas as vezes que me vejo diante dela tenho uma tristeza profunda; me sinto frágil. Logo depois, sou como tomada por uma firme decisão de ser quem sou; de me olhar no espelho com a máxima franqueza. Essa imagem me aniquila, por um lado; por outro, me dá uma enorme convicção sobre os meus ideais e a minha individualidade. O controle é uma máquina doentia. Até hoje, só Kafka se aproximou do que essa imagem me diz. Viva Vladimir Herzog! Viva a Liberdade! Ser livre é condição, como bem sustentou Jean Paul Sartre. Mas, estar vivo, é inexplicável.Sempre bom contar com seus comentários Scylla. Abs.
Amigos, mesmo que não se possa mais julga-los, digo que não se pode esquecê-los.
Concordo com o Chico Buarque quando ele traça um paralelo interessante nas artes, não só a musical, e conclui que o período negro da ditadura nos fez perder a delicadeza. Uma das piores sequelas, acredito.
Uns canalhas!
Taí Lafayette uma verdade literária: a perda da delicadeza. Penso que a geração do Chico que está aí próxima dos 70 sentiu a porrada de frente. Imagina ser filho de um intelectual do quilate do Sérgio Buarque de Holanda. Um cara que estava preocupado em pensar o Brasil, e que deveria ter pouco tempo para os filhos. E aí vem um período duro para a geração do Chico, intelectualizada, viajada e curtidora.Os que conheço são indelicados com as pequenas delícias da vida. Ou se tornaram ainda mais duros; e o restante se transformou em grandes burgueses. Abs.
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