para Esther Zemborain de Torres
Todas as coisas são palavras da
língua em que Alguém ou Algo, noite e dia,
escreve essa infinita algaravia
que é a história do mundo. Na toada
passam Cartago e Roma, eu, tu, ele,
minha vida que não capto, a agonia
de ser enigma, azar, criptografia
e todo o desacordo de Babel.
Por trás do nome está o que não tem nome;
hoje senti gravitar a tua sombra
naquela agulha azul, lúcida e leve,
que até o confim de um mar se estende o empenho,
com algo de relógio visto em sonho
e algo de ave dormindo que estremece.
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Jorge Luis Borges/o outro, o mesmo.
3 comentários:
Lindo, lindo!!
Deu vontade de ler Neruda.
Ou Florbela Espanca.
Ou T. S. Eliot.
Ou ...
Abs.
Dá vontade de procurar o mundo mundo afora, ou...
Abs Scylla.
Belo, belo, belo.
Borges é, para mim, a maior injustiça latina ao Prêmio Nobel de Literatura.
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