quarta-feira, 7 de março de 2012

Amanhã.

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Amanhã é o Dia Internacional da Mulher, 8 de março. O que dizer do dia de amanhã? Que amanhã vai ser outro dia? Talvez não. Talvez tenhamos que olhar mais longe. Eu gosto de ser mulher, de ser mãe, de ser livre. A grande conquista feminina: liberdade e direitos. E que não são condições excludentes: caminham juntas. Confesso que não me encanto com a necessidade de produzir tantas diferenciações para falar das nossas conquistas: todos e todas, companheiros e companheiras, e por ai vai. Vejo muito radicalismo em alguns grupos de feministas. Discordo de algumas teorias feministas. E respeito profundamente as militantes feministas, entendendo o radicalismo de algumas posições. Mas o dia de amanhã não pode esquecer a figura decisiva dos homens na trajetória de tantas conquistas. Talvez tenhamos que suavizar os conflitos para nos aproximarmos do masculino - do fálico/da diferença - com maior compreensão e afeto. Penso assim quando "escuto" Simone de Beauvoir e sua história de amor por Jean Paul Sartre. Ela que foi uma grande militante dos direitos femininos. Foi livre, corajosa, inteligente, sensível no enfrentamento dos temas femininos. As diferenças se mantém entre homens e mulheres, não considero possível falar em igualdade que não no plano dos direitos e da alteridade. E me parecem que as diferenças estão bem mais acentuadas com todas as variações da sexualidade trazidas pelo desejo. Amanhã é o dia de sorrir para as conquistas; e de sonhar com o muito que ainda precisa ser conquistado na dimensão do respeito e da tolerância. Hoje, não quero falar da dor. Belo dia o de amanhã, que venham outros.

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