terça-feira, 6 de março de 2012

Egberto Gismonti: ousadia nos anos 80 lembrava Villa-Lobos

Ontem, o Google/BR dedicou este belo doodle em homenagem aos 150 anos do maestro e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos. Logo de início, como brasileiro cheio de orgulho, também me senti homenageado. Pois mesmo com um dia de atraso, vou lembrar do gênio, com outro gênio.

Em 1985, (época da explosão de tantas bandas de rock), utilizando judiciosamente samplers e sintetizadores, Egberto Gismonti ousaria lançar o vinil Trem Caipira*, com algumas músicas mais significativas das famosas Bachianas Brasileiras de Villa-Lobos. Apesar da corajosa pegada high tech de Egberto, músicos de renome nacional e internacional também participaram da iniciativa tocando seus instrumentos acústicos.
Listando: Jan Garbarek,  Paulo Moura (Sax Alto), Juarez Araújo (Sax Tenor), Charlie Haden, Edson Moura, Sandrino Santoro,  Luiz Alvez (contrabaixo), Naná Vasconcelos, Airton Moreira (percussão), Nenê, Robertinho Silva (bateria) e Copinha (Flautim).
Portanto, uma seleção de monstros sagrados da então chamada "música instrumental".




Entre as versões especiais destes clássicos, (para o arrepio de alguns eruditos e puristas) estava esta bela e surpreendente leitura de Trenzinho do Caipira.  

*Para quem perdeu (nunca teve) o vinil ou não conseguiu a versão em CD, o álbum completo de Trem Caipira está aqui na iTunes Music Store BR por apenas 7.92 dólares.

3 comentários:

Marise Rocha Morbach disse...

Carlos Barreto,

O Egberto Gismonti embalou a minha imaginação durante muito tempo. Quando ouso Palhaço tenho o mesmo encantamento de quando ouvi pela primeira vez. Villa-Lobos é o grande inspirador de gerações. Taí Tom Jobim. O mesmo sinto com o Radamés. Comprei em Sampa um cd do Leo Gandelman tocando músicas dele. É lindo. O Gismonti tenho na bolacha preta. Naquele período tinha adoração pelo Gismonti e pelo Hermeto. Enfim, música da melhor qualidade e de grande inspiração.

Francisco Rocha Junior disse...

Egberto Gismonti é um monstro, um gênio, um orgulho para o Brasil, tanto quanto Villa-Lobos. Pena que o Brasil não lhe dê a importância que ele merece. Tanto é assim que há anos Gismonti comprou todos os direitos sobre sua obra e, por isso mesmo e há muito tempo, não distribui seus trabalhos no país.
A conclusão disso é que a referência brasileira no exterior, hoje, é Michel Teló (ou Telò, como ele poderia se chamar, já que faz tanto sucesso na Catalunha), e não Gismonti.

Carlos Barretto  disse...

Totalmente de acordo com os dois.
E Marise.
"Palhaço" é paralisante. De tão linda.

Abs