sábado, 3 de março de 2012

Mary & Max - a animação como cinema de primeira qualidade



No balanço cinematrográfico pessoal de 2012, o filme Mary & Max (trailer acima) vai estar, sem dúvida, no Top Five, embora seja uma produção de 2009. Não é um filme fácil. O tom é sombrio, um tanto dark, mas enfim, como disseram Chico e Edu Lobo: “não brilharia estrela, ó bela, sem noite por detrás”.
Mary & Max é uma animação em stop-motion australiana. E conta uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes, ainda na era pré-internet: Mary Dinkle, uma menina gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne, Austrália, escolhe leatoriamente alguém em Nova York para se corresponder. Do outro lado do mundo, quem ecebe a carta é Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso e judeu que vive com Síndrome de Asperger no caos de Nova York. Por 20 anos, a amizade postal de Mary e Max sobrevive apesar dos altos e baixos da vida de ambos. Mary & Max, além da amizade, toca em temas como solidão, alcoolismo, vida sexual, obesidade, diferenças religiosas, entre outros. O filme, escrito e dirigido por Adma Elliot, conta Phillip Seymour Hoffman como a voz de Max.
A trilha sonora é algo à parte: vai de Prokofiev ("Montagues and Capulets" ou "Dance of the Knights”) até Pink Martini ("Que será?"), passando por Bert Kaenpfert ("That Happy Feeling") e Nana Moukoouri interpretando o "Hummin Chorus", da ópera Madame Butterfly, de Giacomo Puccini. Mary & Max foi o filme de abertura do Sundance Film Festival de 2009 e recebeu prêmios até mesmo no Festival de Berlim, além de Ottawa, Annecy e Sidney.
No Brasil, acredito que passou nos cinemas. O DVD é da PlayArte e o titulo "Mary & Max - uma amizade diferente".

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