quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sobre os caras pálidas

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No final dos anos 50 - e durante toda a década de 1960 -  não se falava em outra coisa:  a internacionalização da Amazônia. A Amazon  forest estava em perigo. Os gringos a queriam de qualquer maneira. Teses incríveis foram debatidas, e o planejamento público previa acabar com a conspiração internacional. Tá bom! O exército brasileiro e a FAB apareciam nos filmetes publicitários como os grandes salvadores da pátria; e dos índios. Claro, na altura daquele campeonato os índios eram vendidos com o rótulo nacionalista: Eram nossos irmãos! Pois é! Por toda a década de setenta a grande indústria americana de cinema disponibilizou seus astros para fazer campanhas pela preservação das florestas tropicais. E, em 1987,  a índia kayapó Tuíra quase ganha o Oscar de melhor atuação com o facão na mão, em  plena batalha contra a devastação de seu território e de sua cultura. Muitos torceram o nariz: para a índia Tuíra, e para os brancos estrangeiros. Os guajás, tribo indígena da Amazônia, agora voltam ao cartaz, nos melhores cinemas da Inglaterra, porque estão ameaçados de extinção. E não estão ameaçados pelos estrangeiros e extraterrestres. Estão ameaçados a décadas pelos brasileiros madeireiros, pela extração mineral, e pela clara e firme determinação do estado brasileiro em deixá-los morrer. Índio não é gente. Taí Belo Monte deixando clara e evidente a vocação da Amazônia de ser a grande fornecedora de energia e minério para a  federação brasileira de merda. Os índios guajás são nômades, caçadores e coletores: precisam de um grande território para manter sua cultura e seus hábitos. Recado dos brancos: Vão caçar e morar nos infernos. Que merda!



Índia da tribo Guajás amamenta porco do mato/ Prêmio de Jornalismo Rei da Espanha 1993.

Um comentário:

Val-André Mutran  disse...

Mas olha o "zinho" pegando carona!?
Essa foto é sensacional!!
É o "Estado da Graça" do valor de nosso povo da Amazônia.
Não há paralelo no Mundo.
Ah! Não há mesmo.