quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Trem com destino

O passeio se justificava pelo aniversário da minha filha e seus sete bem vividos anos. Mas devo revelar que também estava ansiosa pra conhecer a tal da República de los Ninõs, na cidade de La Plata, na grande Buenos Aires. Ah, e daí? Bom motivo pra comemorar também minhas 35 primaveras. Tomar o trem errado não foi nada animador, mas só porque a viagem demorou mais que uma hora. Só de ida até o fim da linha. Volta-se. Perde-se a companhia da preciosa amiga colombiana que se prontificou a retardar seu trabalho para nos acompanhar na missão festiva pela manhã. Bem, toma-se agora o trem na linha correta. Na minha cabeça: lá vai o trem com o menino / lá vai a vida a rodar / lá vai ciranda e destino / cidade noite a girar. Na voz da magnífica Maria Betânea, tá?

É, mas se os coletivos de Buenos Aires inviabilizam a pregação de vendedores de toda ordem, os trens, como os metrôs, são prato cheio. Tem músico, tem alfajor, tem meias... de um tudo. E quantas pequenas cidades graciosas no percurso! Casas charmosas (outras nem tanto), pista de paralelepípedos... Parecem infinitamente menos ruidosas que a cidade de Buenos Aires. Mas deve ser terrível morar à beira dos trilhos, mesmo com casa bonita. “Justicia por Mariano Ferreyra” podia se ler em vários pontos. É que nos próximos dias haveria o julgamento pela morte do sindicalista de 23 anos, em 2010.

Apreciei o percurso enquanto a pequena cidadã dormia no meu colo, longa e angelicalmente. Agora éramos só nós duas e nossas expectativas. O site da República diz que o projeto inspirou a construção da Disneylândia. Mas é a América Latina que me seduz. Blá!

Da estação "Manoel Gonnet" até o mundo de fantasias, caminham-se umas quatro tranquilas quadras. Sem tantos charmes e com algumas poças d´água pelas ruas. É que nos dois dias anteriores choveu um bocadinho. No nosso domingo, não: o frio estava de braços dados com o sol. Não vimos sinalização ou estímulos no trajeto. É preciso abrir a boca e perguntar o rumo. Foi a primeira vez, desde que cheguei de mala e cuia na Argentina, que vi um “flanelinha”. Como ponto turístico, bem que as coisas podiam ser melhor aproveitadas.

É preciso um bocado de horas pra se deleitar com tantas ofertas dentro da República de los Niños. Mas aproveitamos até quando o corpo deu conta. Ainda bem que selecionei logo dois pontos que pareciam mais interessantes, junto com a Helena, na noite anterior, vasculhando o site. Dou a mão à palmatória: induzi a menina. Induzi para a granja ( a trilha é: eu quero uma casa no campo...) e para o museu internacional de bonecos.

Todas saíram alegrinhas e prontas pra dormir!

Fiquem com umas imagens que cliquei, despretensiosamente, e pedacinhos de canções a que me remeteram.
 Olha pro céu / meu amor

 Ê / a rolinha sinhô / Ê / a rolinha sinhá (não sei a espécie, mas me lembrou e pronto)


Mel / eu quero mel / Quero mel de toda flor


As árvores são fáceis de achar / ficam plantadas no chão

Ê / nunca mais eu vi / os oím do meu amor



Quando / não tiver mais nada / nem chão / nem escada



4 comentários:

Marise Rocha Morbach disse...

"Mas vale é arrumar as malas!"
Na próxima, me levem! Beijocas queridas!

Erika Morhy disse...

Con mucho gusto, Marise! Vení!?
Besitos

Scylla Lage Neto disse...

Lindo post, Erika!

Erika Morhy disse...

Y sí? Gracias, Scylla! [tô tão besta hehehehe]