---------------------
Levo as palavras a sério: como uma militante. Escuto? Sim! Mais do que desejaria. E levo as palavras a sério: sou guerrilheira. Sei que exagero; sei que me protejo; sei que faço delas, trincheiras. E como mulheres não usariam das palavras como armas? Faltam-nos músculos? Coragem? Não creio! Prefiro pensar como Caetano Veloso - Você diz a verdade, a verdade é seu dom de iludir. Como pode querer que a mulher vá viver sem mentir? - Vivendo o mundo cultivado pelas rudes palavras masculinas: - É compreensível o discurso feminino do "todos e todas"; e a disputa palmo a palmo pelos espaços das palavras. Entre nós e as coisas: palavras. Eu reconheço o meu exagerado apreço por elas. E não sou psicanalista para deixá-las fluir livremente no arroubo de explicar quem sou, o que sou, e o que faço. Não! As palavras são a sincera projeção do meu desequilíbrio e da minha insensatez. Paciência; meios termos são divinos: mas eis que divindade sou! Daí? Palavras são armas, conquistam territórios, desmantelam nações. Delas não me protejo. Nem as temo. Temo o hiato corriqueiro da falsa alegria, e das tolas temperanças, douradas em palavras. Temo as palavras que organizam o mundo em perfeito equilíbrio e placidez: o advogado e o impostor. Temo a palavra administrada, que põe em ordem o caos, e enaltece os poderosos. Temo a palavra coringa e sedutora: do jogador no ato de blefar. Sou guerrilheira: palavras são armas.
-------------------------------------------------
Levo as palavras a sério: como uma militante. Escuto? Sim! Mais do que desejaria. E levo as palavras a sério: sou guerrilheira. Sei que exagero; sei que me protejo; sei que faço delas, trincheiras. E como mulheres não usariam das palavras como armas? Faltam-nos músculos? Coragem? Não creio! Prefiro pensar como Caetano Veloso - Você diz a verdade, a verdade é seu dom de iludir. Como pode querer que a mulher vá viver sem mentir? - Vivendo o mundo cultivado pelas rudes palavras masculinas: - É compreensível o discurso feminino do "todos e todas"; e a disputa palmo a palmo pelos espaços das palavras. Entre nós e as coisas: palavras. Eu reconheço o meu exagerado apreço por elas. E não sou psicanalista para deixá-las fluir livremente no arroubo de explicar quem sou, o que sou, e o que faço. Não! As palavras são a sincera projeção do meu desequilíbrio e da minha insensatez. Paciência; meios termos são divinos: mas eis que divindade sou! Daí? Palavras são armas, conquistam territórios, desmantelam nações. Delas não me protejo. Nem as temo. Temo o hiato corriqueiro da falsa alegria, e das tolas temperanças, douradas em palavras. Temo as palavras que organizam o mundo em perfeito equilíbrio e placidez: o advogado e o impostor. Temo a palavra administrada, que põe em ordem o caos, e enaltece os poderosos. Temo a palavra coringa e sedutora: do jogador no ato de blefar. Sou guerrilheira: palavras são armas.
-------------------------------------------------
4 comentários:
Marise, tenho uma sugestão para o título de sua biografia: "A Logoguerrilheira".
Rss.
Scylla, se eu tiver um biografia escrita, será um honra, mesmo que não coloque fé nisto; e se acontecer, já está registrada a sua sugestão. O argumento deste post tirei de uma poesia do Edyr Augusto Proença no livro A ávida vida. Veja só a guerrilha que podemos fazer com as palavras:
Palavras são navalhas
Não me peça para falar
Ou eu pulo na sua jugular
E em corte profundo
Alcanço seu coração
E mudo o mundo.
De alguma forma: somos todos guerrilheiros por aqui! Abs.
Uau! Que lindo! Que linda!
Bloguerrilheira!
Bjs
Edyr: bloguerrilheira? Adorei!
Postar um comentário