terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Pensando a administração pública....

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Como gosto de escrever por aqui, trago uma discussão na qual  gostaria de ouvir dois comentadores deste blog. Um é o Lafayette Nunes; se ele topar, é claro! Um outro que gosta da discussão é o Prof. Alan. [Aos dois]; Estou convidando para comentar neste posto. E espero que aceitem o convite. Seguinte: A administração pública tem como princípio a cooperação entre os que nela trabalham, tanto para o gerenciamento, quanto  na implementação da ordem e dos serviços. Muito bem: Como um esquema como o do Cachoeira pôde se manter - e se mantém - durante tanto tempo? - É porque as relações entre o Judiciário e as mafias são escandalosas e sem freios? Ou  porque algumas setores da administração pública são controlados por elites financeiras ou  patrimonialistas?

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8 comentários:

Scylla Lage Neto disse...

Como não fui convidado, me reservo o direito de permanecer calado.
Rss.

Anônimo disse...

Marise, querida, fato é o seguinte: todo e qualquer esquema de corrupção que envolva a Administração pública só se mantém se tiver quem o banque, quem o proteja e esconda.

Hoje temos muitos órgãos e sistemas de controle, tanto internos (dentro da Administração, como as Corregedorias e Auditorias) quanto externos (como o Ministério Público e os Tribunais de Contas). É virtualmente inviável a alguém manter um esquema de corrupção e roubo do erário se não tiver conivência, principalmente porque como hoje tudo depende de computador pra ser feito, o cara pode até arrombar uma janela sem ser visto, mas os cacos da vidraça ficam lá e levarão ao rastro do criminoso.

Então, o que falta pra acabar com esquemas desses é:

1) Transparência da gestão: dados sobre servidores e os cargos que ocupam, bem como a destinação do dinheiro público, devem estar à disposição do povo pra consulta imediata, de preferência na internet, com atualização em tempo real;

2) Atuação independente dos órgãos de controle, que devem ser formados de cabo a rabo por servidores concursados, de carreira própria;

3) Punição rápida e exemplar a corruptos, tanto na esfera administrativa quanto judicial.

É como voto!

Marise Rocha Morbach disse...

Prof.Alan, obrigado pelo voto. Vou na sua linha, e na primeira pergunta. É certo que os esquemas financeiros e o patrimonialismo - entre outros - formataram a "gestão", mas para combater a herança temos que ir nos rumos que você aponta. Gracias!

Marise Rocha Morbach disse...

Scylla, caríssimo, foi só uma provocação aos nossos comentadores que gostam de discutir estes temas. Para você mando o recado do Manoel Bandeira: "Entra Irene, você não precisa pedir licença!".

Scylla Lage Neto disse...

Merci bien, Madame!
Anyway, era só brincadeira.
Eu também gosto muito dos comentários do Alan e do Lafayette, assim como das suas postagens.
Abraços.

Lafayette Nunes disse...

Marise, uma pequena cirurgia odontológica, ontem, tirou-me da leitura diária do Flanar. Alertado agorinha pelo papai, que se encontra em Altamira, sobre este "post", vim correndo.

Marise, o Prof. Alan foi no prático, no caminho das pedras. Assino em baixo (posso professor?), mas coloco uma ressalva, que, de todo modo, nem ressalva assim. É mais um "plus".

Dias desses, conversando com os meus botões, no mesmo rumo deste assunto, indaguei: Porque o brasileiro é corrupto?

Não, não estou falando das "respostas" que encontramos nos clássicos, como "Raízes...", "Senzala...", "...Cordial" etc, nem dos mais pra'cá.

Acho que alguém deve (des)escrever "o brasileiro do século XXI". Ele nem quer, nem nega não querer evoluir politicamente, socialmente, culturalmente. É um "ser estranho".

Você pega um cidadão que leva a vida legal, ganhando seu dinheiro honestamente, família, amigos, tudo certinho... mas, se pintar uma oportunidade (que nem vai ser "A" oportunidade, assim), pimba! ...se corrompe ou corrompe alguém!

Quando se imaginava, através dos controles que diz o Prof. Alan, que isto iria diminuir, qual nada!

(Ah, antes de continuar, penso que a classe baixa brasileira não é corrupta, pois não tem nem dinheiro para tanto).

E, acho que isto tem a ver com o deslocamento social que aconteceu nos últimos 20 anos. A "classe média" alargou, aí, com isto, tem mais gente querendo chegar na "classe alta", curtir umas férias em alguma ilha em Angra, porque não? O Consumismo é uma praga!

Como este alargamento é, quase totalmente, fictício, os métodos para se "sustentar" nela, ou, até mesmo, galgar mais um pouco, são os mesmos e velhos esquemas de assaltos aos cofres públicos (e privados).

Ei, então podemos dizer que "o brasileiro do século XXI, usa os mesmos métodos do brasileiro do século XIX, XX", só aumentou em quantidade. E, também, concluí-se que "a classe média brasileira é corrupta, pois objetiva chegar à classe alta, para, uma vez lá, comprar sua liberdade, sua honradez, nem que seja com altos cargos ou comprando um salvo conduto do Judiciário - que é formado, em sua grande maioria, pela classe média, que, quando se corrompe, os dispositivos de controle só pegam os magistrados, nunca os auxiliares e, jamais, os corruptores, estes, como aqueles, também da classe média, mas que almejam o Camaro amarelo, que o...".

Ei, parei! ...Marise, só na beira do lago, agora! rsrsrs

Marise Rocha Morbach disse...

Gracias Lafayette, você foi pela primeira pergunta, e pelos dados culturais. Mas não deixou de responder a segunda: sobre a cultura política! Não há dúvidas de que muitos, se estivessem no lugar do Cachoeira, fariam a mesma coisa. Valeu querido; obrigado por sua participação neste post.

Anônimo disse...

Pode assinar sim, Lafayette. É uma honra contar com sua adesão a nosso voto!

Sobre sua pergunta "por quê o brasileiro é corrupto?", foi o tema da primeira parte da minha monografia da pós-graduação. Conclui que a corrupção chegou junto com o Governo-Geral, em 1549. O modelo foi importado prontinho de Portugal.

O assunto é longo, quando eu for a Belém de novo vou pedir à Marise que organize um debate, posso proferir uma palestra sobre o tema.