A obra é considerada até hoje como o marco da dança e da música moderna, indicando caminhos dessas duas artes no século XX.
Primeiro, o que é essa música? Stravinsky parte de sons da natureza - pássaros, chuva, trovões - e vai num crescendo de contrastes e rompantes que até hoje são considerados obras-primas da música clássica inovadora e experimental.
Segundo, o que é essa coroeografia? Nijinksky, na flor de seus 23 anos e no auge de sua genialidade, quebra todas as convenções. Ele retrata, no balé, um ritual pagão dos povos eslavos em que uma virgem é eleita para o sacrifício e dança até morrer. Um choque para a época. Os bailarinos dançavam com os pés entortados para dentro, num ato de anti-balé completo. Claro, a Paris de então ("caretas de Paris", já cantou Caetano Veloso) não estava aberta para atitudes tão avant-garde.
A crítica se dividou, o público também.Le Sacre du Printemps foi vaiado e aplaudido. Logo saiu dos reportório da companhia dirigida por Sergei Diaghilev, sendo reencenada mais uma meia dúzia de vezes na Inglaterra e na Áustria.
A coreografia de Nijinsky já teve mais de 200 releituras - de Maurice Béjart a Pina Bausch, todos os grandes nomes da dança moderna tiraram o chapéu para Nijinski.
Neste mês de maio, em todas as capitais culturais da Europa, os 100 anos da obra de Nijinsky-Stravinsky são comemorados com espetáculos, conferências, exposições. Em Brugge, Bélgica, o Concertgebouwn, o teatro da cidade, trouxe Brussels Philharmonic Orchestra ao palco e convidou o bailarino canadense Jose Navas para uma releitura minimalista do Sacre du Printemps. Foi uma maravilha!!!
Um comentário:
Imagino Edvan:um luxo só! Belíssima experiência; morro de inveja!
Postar um comentário