sexta-feira, 14 de junho de 2013

Calor

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Seguindo com  a saga do trânsito, vou ao Tapanã. Nunca havia pisado por lá. Fico impressionada com a movimentação, a quantidade de carros, as centenas de casas; e sigo. O calor é infernal e o ar-condicionado do carro está quebrado - vou arrumar na segunda-feira, penso - e,  enquanto penso, derreto. Fico imaginando o calor  dentro dos muitos ônibus, que cometem todo o tipo de loucura na minha frente.  O calor deve ser insuportável naquelas banheiras velhas, e são elas que levam a grande maioria dos moradores de Belém. Na volta, ao avistar as obras do famigerado BRT,  meu coração estrala: Mas não é como no poema de Mário de Andrade! Sinto o desespero se abater sobre o meu corpo, e imagino que já perdi um litro de água e que estou derretendo, de fato. Deuses, quanto calor! Penso: deveria ser obrigatório o ar condicionado, pelo menos para os motoristas de ônibus. Eu que os odiava há poucos minutos:  passo a desenvolver uma espécie de súbita cumplicidade. Olho para um lado; olho para o outro: não há policiais: penso: Vamos quebrar tudo agora!

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