Não sei exatamente com o que eu ando brigando nos últimos meses, porque não tenho conseguido terminar de ler os livros que escolho. Vejamos: adoro biografias e resolvi experimentar “Getúlio”, de Lira Neto. Puf! Enfadonho, disperso...o oposto de “Chatô, O Rei do Brasil”, de Fernando Moraes, que li na década de 1990 pelo menos duas vezes. Maravilhoso. Descanso Getúlio e sigo para o argentino “Quien mato a Rosendo?”, do ótimo jornalista Rodolfo Walsh, morto pela ditadura em 1977 depois de sua carta aos militares. Mas também não consegui avançar. Inconformada já.
Espero que a enfermidade não seja grave, porque tenho ótimos motivos para me debruçar sobre “Ato Paixão Segundo o Gruta”, de Adriano Barroso, um cara que tem uma linda trajetória artística. Ator, diretor, dramaturgo e roteirista.
Vou me permitir uma lembrança de meus tempos de foca (jargão jornalístico para enquadrar os iniciantes na carreira). Em 1995 eu comecei a tatear minhas primeiras aventuras na redação do jornal Diário do Pará e foi lá que conheci o Adriano; a entrevista era sobre uma peça que entraria em cartaz. Agora não lembro qual. Eles já tinham chão enquanto eu conciliava estudo e aprendizado prático. Tinham chão desde 1967. Uau!
O “Ato” acabou de ser lançado e se propõe a contar justo a história dos 50 anos do Grupo Gruta de Teatro. Resistência pura! O trabalho mais recente que vi deles foi Aldeotas. Obra interpretada de forma magistral pelo próprio Adriano Barroso e o não menos luxuoso Ailson Braga. Aliás, sempre um prazer a companhia dele nas andanças pela cidade, especialmente à noite.
Viver de arte é um desafio em qualquer lugar do Brasil, ao menos para a maioria dos protagonistas. E fazer teatro em Belém é um desafio de enormíssimas proporções. Outra boa razão para que eu pare de brigar com o que quer que seja e devore “Ato”.
A obra pode ser adquirida na livraria da Fox Vídeo, onde adquiri o meu e o da amiga querida Elis de Miranda na sexta-feira de autógrafos. Só tenho a desejar vida longa ao Gruta e boa sorte ao Adriano com essa sua nova cria.
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