sexta-feira, 24 de março de 2006

Belém que tudo tem

No RD de hoje, um fato no mínimo curioso, se não digno de um breve comentário:

Pelada na madrugada
O sono dos moradores da Boaventura da Silva, entre 14 de Março e Alcindo Cacela, tem sido interrompido, no meio da madrugada, por gritos, gargalhadas e palavrões. A algazarra vem do jogo de futebol que um grupo de homens promove, naquele trecho da rua, entre 2h e 5h.



Era só o que faltava. Como se não bastasse ter que aturar os barulhentos agora vamos ter que lidar com o pessoal da bola. De madrugada???!!

Aqui onde moro, vez por outra enfrentamos uma briguinha entre meretrizes e seus clientes, não muito "cumpridores". E rola tapa e cadeirada pra todo lado. Fora os tradicionais acessórios derivados daquele antigo aparelho de barbear.

3 comentários:

Anônimo disse...

E olha que você não viu isso aí como eu ví, Doutor... Era marinheiro americano voando porta a fora do Cascatinha, d'O Biriba, do Primavera - bares da tradicional boemia paraense, já extintos.
Em noites de farra pesada voava também mulheres da vida pelas janelas das pensões, e também dinheiro, jóias para a alegria da molecada de rua.
E as mulheres? Precisava ver como se vestiam... não eram esses pé-de-chinelo, quase assombrações, que se vêem hoje nas esquinas da cidade.
Algumas delas casaram com seus amantes, tornaram-se exemplares mães de família e tiveram atuação destacada na sociedade.
Hoje, se ainda existisse, o conjunto arquitetônico das pensões de mulheres seria muito bonito de ver, testemunhando o passado boêmio de Belém. Ainda está de pé, embora arruinado, um dos últimos. O casarão situado na esquina da Bailique com a Gal. Gurjão. Pensão de Mme. Fernanda. Ali o maestro Waldemar Henrique ainda muito jovem estreou na boêmia, tocando piano.
Por algum tempo ainda perdurou outra casa que de tão estreita o nosso bom humor paraense apelidou-a, à época da II Guerra, de "corredor polonês" em alusão àquele incidente da geopolítica da época.
Por essa época um conhecido ator de Hollywood, cooperando com o esforço aliado, passou por Belém e "varreu" as mulheres da zona com um apetite de fazer inveja a qualquer adolescente. Era Rock Hudson, que depois saiu do armário e veio a falecer de AIDS mais de quarenta anos depois...

Carlos Barretto  disse...

Excelente esse comentário, anônimo. Obrigado e continue visitando.
Abraços

Unknown disse...

Delícia de comentário.Um cronica da saliência de Belém dos anos 50 do século passado.