Sobre a nota "Belém que tudo tem" publicada neste blog no dia 24, um leitor anônimo fez o seguinte comentário, que pelo bom humor e depoimento histórico, estou divulgando em separado.
Com os sinceros agradecimentos do poster ao leitor anônimo.
E olha que você não viu isso aí como eu ví, Doutor... Era marinheiro americano voando porta a fora do Cascatinha, d'O Biriba, do Primavera - bares da tradicional boemia paraense, já extintos.
Em noites de farra pesada voava também mulheres da vida pelas janelas das pensões, e também dinheiro, jóias para a alegria da molecada de rua.
E as mulheres? Precisava ver como se vestiam... não eram esses pé-de-chinelo, quase assombrações, que se vêem hoje nas esquinas da cidade.
Algumas delas casaram com seus amantes, tornaram-se exemplares mães de família e tiveram atuação destacada na sociedade.
Hoje, se ainda existisse, o conjunto arquitetônico das pensões de mulheres seria muito bonito de ver, testemunhando o passado boêmio de Belém. Ainda está de pé, embora arruinado, um dos últimos. O casarão situado na esquina da Bailique com a Gal. Gurjão. Pensão de Mme. Fernanda. Ali o maestro Waldemar Henrique ainda muito jovem estreou na boêmia, tocando piano.
Por algum tempo ainda perdurou outra casa que de tão estreita o nosso bom humor paraense apelidou-a, à época da II Guerra, de "corredor polonês" em alusão àquele incidente da geopolítica da época.
Por essa época um conhecido ator de Hollywood, cooperando com o esforço aliado, passou por Belém e "varreu" as mulheres da zona com um apetite de fazer inveja a qualquer adolescente. Era Rock Hudson, que depois saiu do armário e veio a falecer de AIDS mais de quarenta anos depois...
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