quarta-feira, 14 de junho de 2006

Platéia atenta

E para quem acha que lendo "Veja" está por dentro de tudo, Chico Cavalcante também comenta:

Primeira Leitura joga a toalha
Como a revista "Veja", a revista "Primeira Leitura" é tucana. Em artigo publicado na versão eletrônica, o jornalista Rui Nogueira faz um exercício de contorcionismo político radical para dizer que Geraldo Alckmin ainda pode mudar o rumo dessa prosa eleitoral, mas no final se entrega, enumerando os elementos que fazem de Lula um candidato imbatível:

"1) Como não há mais espaço para manobras surpreendentes do ponto de vista político e legal, tudo indica que a disputa se dará mesmo com poucos candidatos. Logo, a se manter o quadro atual, há uma boa chance de Lula virar presidente reeleito no primeiro turno;

2) O percentual dos que avaliam o governo como “ótimo” e “bom” retornou ao patamar de junho de 2003, isto é, ao primeiro semestre da lua-de-mel dos seis primeiros meses da gestão petista;

3) A soma dos que avaliam este ano como “muito bom” e “bom” chega a 73% dos entrevistados, contra 25% que acham que o ano está sendo ou “ruim” ou “muito ruim”; só 2% não souberam responder ou não quiseram opinar;

4) Se é verdade – e é – que a eleição é voto em expectativa, eis mais um dado que complica a candidatura tucana: a expectativa em relação ao “restante de 2006” dá este quadro: 77% acham que o restante do ano será “muito bom” e “bom”, contra apenas 14% que acham que o ano será “ruim” ou “muito ruim”. Só 9% não souberam responder ou não quiseram opinar;

5) Da pesquisa trimestral de março para a de junho, caiu 6 pontos percentuais, de 42% para 36%, a expectativa de aumento da inflação. As expectativas sobre desemprego e renda são realisticamente estáveis, com poucas variações negativas, pois os entrevistados demonstram acreditar que o governo Lula continuará mantendo o crescimento econômico no ritmo medíocre de sempre: o país não explode de desenvolvimento, mas Lula também não explode com a estabilidade econômica;

6) A avaliação do governo cresceu em todos os segmentos e regiões, exceção apenas entre os que têm renda de mais de dez salários mínimos, a elite. O saldo da avaliação positiva (“ótimo” e “bom”) entre eleitores com idade entre 25 e 29 anos, que em março era de 12 pontos, na pesquisa de junho subiu para 28 pontos positivos;

7) No segmento da instrução superior, pela primeira vez o saldo de avaliação passou a ser positivo: 33% consideram o governo “ótimo” ou “bom” (positivo), contra 29% que o consideram “ruim” ou “péssimo” (negativo). Em março, esse número fazia um cruzamento ao contrário, era mais negativo (31%) do que positivo (29%). Sinal de que até nas classes mais instruídas penetrou o raciocínio de que “o governo é ruim, mas é preferível votar em Lula a votar em um tucano”. A avaliação positiva cresceu 8 pontos percentuais na região Sudeste, a mais rica e instruída;

8) A aprovação do presidente Lula, isto é, a aprovação da maneira pessoal de “presidencializar”, também cresceu, voltando ao patamar anterior ao início das denúncias do mensalão. O saldo de aprovação pessoal nos últimos três meses cresceu 10 pontos percentuais, de 16% para 26%. Só no estrato do ensino superior é que a avaliação pessoal de Lula continua negativa 4 pontos percentuais (45% de aprovação contra 49% de desaprovação). Mas esse percentual, nesse estrato do ensino superior, três meses atrás, era de 10 pontos percentuais (43% de aprovação contra 53% de desaprovação)."


Ou seja, Primeira Leitura jogou a toalha.

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