Jornalista de respeito, com inicial maiúscula, Raimundo Pereira não vive sob os spots da mídia.
Suas denúncias sobre as maquinações de seus pares, em comandita vergonhosa com os interesses de seus patrões-empresários, o levaram a ribalta em tempo de vale tudo para cavar um segundo turno de eleição presidencial.
Ao lermos seu artigo temos a exata compreensão do quanto o coronelismo se transfigura ao longo de cinco séculos de história do Brasil.
Se antes constrangiam eleitores fisica, econômica e moralmente, e faziam mortos votarem, emprenhavam ou sumiam urnas, hoje seus atos não são menos deletérios a vida nacional.
Se antes possuíam capitães do mato, e depois jagunços, qualquer um deles gente empobrecida, analfabeta, anônima e semi-escravizada, hoje não deixaram de tê-los, ainda que assalariados e mais sofisticados de formação, alguns pagos regiamente para forjar fatos, distorcer notícias e instabilizar processos eleitorais.
É nesse instante que o leitor tem a noção exata do perigo da notícia, quando se percebe exatamente alvo de franco atiradores elegantemente vestidos e com faces sorridentes a lhe vender mentiras edulcoradas como verdade.
É nesse instante que o leitor percebe que ler é também por o dedo no gatilho, desde que capacitado para compreender como se forja a notícia nessa República que os bacharéis por destino manifesto a entendem como propriedade particular.
Porém, também é nesse instante que instumentos informacionais como os blogues articulam uma rede de defesa da democracia contra a violação de uma concessão pública para atender a interesses privados, que assalariam jagunços universitários para fazer o servicinho sujo que não podem cumprir pessoalmente, sem violar a aparência de mãos perfumadas em lavanda e os punhos impecáveis de suas camisas sob o paletó de grife.
Não é doutro assunto que trata Mino Carta em seu blogue
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