sexta-feira, 13 de outubro de 2006

O Aerolula do Alckmin

O Correio Brasiliense publicou no dia 11 uma interessante reportagem.

Para decepção de Alckmin, Aerolula só compra um hospital
Sandro Lima
Do Correio Braziliense


Caso seja eleito e cumpra a promessa de vender o Aerolula, Geraldo Alckmin conseguirá construir apenas um hospital, ao contrário dos cinco prometidos durante o debate promovido no último domingo pela TV Bandeirantes. O AeroLula custou US$ 56,7 milhões, o que equivale a R$ 125 milhões pelo câmbio de ontem ou quase R$ 170 milhões, pela cotação do dólar à época da compra da aeronave, em janeiro de 2005.

Em 2007, o avião presidencial terá dois anos de uso. A desvalorização de uma aeronave com esse tempo de uso é de cerca de 20%. Ou seja, se Alckmin vender a aeronave, deverá obter cerca de R$ 94 milhões. Com esse recurso, não será possível construir os cinco hospitais prometidos. Somente a construção de um hospital de porte médio, como, por exemplo, o hospital do Guará ou Hospital Universitário de Brasília, custa cerca de R$ 40 milhões, segundo especialistas consultados pelo Correio. A instalação do maquinário e dos equipamentos demandaria mais de R$ 40 milhões.

Caso Alckmin decida pela venda, estará descumprindo um acordo do governo brasileiro com a Boeing. A contrapartida pela compra do avião presidencial foi a instalação, em São José dos Campos (SP), de uma fábrica de peças para aeronaves da Boeing e da Embrear, Sopeçaero.

O contrato de compra do avião obriga a Boeing a investir no Brasil, em um período de seis anos, 100% do valor da compra da aeronave. A Airbus se comprometeu a investir US$ 95 milhões, dos quais US$ 2,3 milhões já foram utilizados em 2004 para a instalação da empresa. Quando todos os investimentos forem concluídos, a empresa vai gerar 300 empregos diretos.

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Editada em 14 de Outubro de 2006

Leitor do blog, aponta um erro na reportagem original do Correio Brasiliense e acrescenta o seguinte:

O contrato prevê uma cláusula de contrapartida que obriga a Airbus Corporate a investir no Brasil, no mínimo, 100% do valor do avião. A empresa se comprometeu a investir 170% do valor pago pelo avião. O investimento começou com a instalação de uma empresa de componentes e peças de avião em São José dos Campos (SP), no ano passado, que deverá gerar 300 empregos, com investimento inicial de US$ 2,3 milhões. A contrapartida prevê ainda a transferência de conhecimento e tecnologia para o Centro Aeroespacial Brasileiro. O período máximo de investimentos será de seis anos, a contar de 2004.

2 comentários:

Anônimo disse...

Espera aí, a Boeing ou o Airbus?

Carlos Barretto  disse...

É Airbus. O jornalista claramente cometeu um erro.