sexta-feira, 2 de março de 2007

Cuba - à Ilha!

Quando falamos em turismo na América do Sul e Caribe, é inevitável tratarmos de Cuba. Esse case de sucesso certamente requer de quem estuda projetos turísticos a atenção devida. Mas, não exatamente por razões de turismo escrevo esse post. Trata ele de como essa encantadora ilha tem chamado de longa data a nossa atenção. Transcrevo-lhes o poema À ilha de Cuba, do amazonense (ou paraense honorário como prefere Olga Savary), Paulino de Brito. Foi escrito nos idos 1895 e publicado em 1900, no livro Cantos Amazônicos:

Cinge-se o mar em que tu brilhas
de aterrador, rubro clarão!
Perola excelsa das Antilhas,
já não és perola, és volcão!

Lavas de fogo e dynamite,
rios de sangue a se escoar!
Que a combustão voraz crepite,
Phenix da cinza ha de voar.

Da nobre Hespanha a heroicidade
vê sua estrella esmorecer...
Queres vencer a Liberdade?
Tens o Impossível que vencer.

Berço do Cid e de Pelayo!
em muitos sec'los de opressão,
ah! tambem tu vibraste o raio
que Cuba agora tem na mão!

Salve, Criolla, altiva e bella,
que estrangulando ufana vaes
os leões temidos de Castella
entre os teus braços virginaes!

Urrah! - por ti! Viva a revolta!
Cante o clarim, fale o canhão!
Teu pavilhão aos ares solta!
Já foste escrava, hoje és Nação!


Curioso é que o Autor insere, no rodapé, referência ao último verso, em que diz premonitoriamente o seguinte:
Sahio das garras do Leão Iberico para cahir nas da Aguia Americana ... Ironia do destino! ...

Um comentário:

Anônimo disse...

Hey, flanadores, que tal contar um pouco de José Martí, quanto às garras que nos agarram!