Mas eis que a cena se transformou, para muitos, na representação do colonizador querendo impor sua vontade sobre o colonizado, como o faz (ou o fez) há 500 anos.
Um estudo interdisciplinar de semiótica e psicologia social traria luzes sobre os discursos que o fato desencadeou. É interessante notar como variadas foram as posições assumidas, de acordo com a matiz ideológica de quem fala: “não conseguirão calar a boca de Chávez”, dizem alguns; “o rei colocou o bufão em seu lugar”, dizem outros.
De minha parte, lembrei-me de um livro dos americanos Peter Weil e Roland Tompakow, dos anos 70, que virou best-seller e ainda hoje é muito lido e citado: "O Corpo Fala". Trata-se de um manual de comunicação corporal, que indica gestos, atitudes e posturas como delatores de reais intenções, às vezes mascaradas pelo discurso falado.
Trato do livro porque é muito clara a postura autoritária e dona da verdade de Hugo Chávez quando tenta, por diversas vezes, interromper o primeiro-ministro José Luis Rodriguez Zapatero, enquanto este explica sua crítica ao discurso de Chávez. Se “o corpo fala”, então Chávez comprovou toda sua intolerância ao debate e ao contraditório no episódio.
2 comentários:
Perfeito o conteúdo do post. É essa também a minha linha de raciocínio. Parabéns!
Obrigado anônimo. Seja sempre bem-vindo.
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