sábado, 19 de janeiro de 2008

Sedenta e desqualificada

A imprensa brasileira tem responsabilidade nos casos de efeitos adversos relacionados ao uso descontrolado de vacina contra Febre Amarela. A sede de pautas impactantes e a difusão de matérias carentes de base científica e factual, combinadas, originaram pânico na população, que, a exemplo, levou as pessoas se arriscarem no reforço da vacina anti-amarílica, medida tecnicamente contra-indicada. Por essas e outras há quem diga, e com razão, termos uma das piores imprensas do mundo em termos de qualidade da informação prestada ao público.

6 comentários:

morenocris disse...

Olá, Oliver. Bom dia.

Discordo de você. A imprensa é a mesma em qualquer lugar. Do mesmo jeito. Empresas x jornalismo. A imprensa está registrando o fato. Existem os casos. Ela está inventando? Por que o governo não se manifesta? Por que vc, enquanto profissional da área, não utiliza o blog para prestar serviços de esclarecimento, em vez de atacar a mídia?

Quanto ao post acima, as perguntas são as mesmas. Cite a fonte e mate a sua "sede" !

Perdão, é a primeira que falo assim com você.

Abraços.

morenocris disse...

"vez" !

Itajaí disse...

Olá, Cris. Bom dia. Belo domingo, não?
Há fatos que não merecem apenas o registro, merecem uma interpretação correta para ser de utilidade pública. De outro modo é desserviço.
Casos, óbvio, existem e quem melhor informa sobre eles é a autoridade sanitária. E por uma razão simples: qualquer informação sobre saúde coletiva é por princípio complexa; exige competências diferenciadas senão a emenda sai pior que o soneto, quando algum leigo se põe a falar delas.
Por exemplo, nesse episódio, há casos jornalísticos em que a autoridade sanitária presta a informação correta sobre o fato e a matéria segue escrita com se houvesse algo escondido da população, que as coisas não são bem assim como a autoridade está dizendo.
Isto ao meu ver sugere estarmos frente a uma imprensa onipotente que não quer mais ser o quarto poder, mas O poder. E isto, tenho certeza que você concorda, não interessa à democracia.
Você reclama que o governo não se manifesta. Pois eu lhe contradigo. Manifesta-se e muito. O país é interligado por uma rede de vigilância sanitária, que investiga casos de doenças de notificação compulsória (febre amarela é uma delas) diariamente. Boletins são trocados entre autoridades de saúde federal, estadual e municipal. E não é informação cifrada. Estatísticas e documentos estão disponíveis para acesso livre na página eletrônica do Ministério da Saúde.
Outra coisa, porém, é o governo se manifestar sobre esse comportamento deplorável da imprensa. Uma campanha nacional como antídoto a desinformação veiculada custaria milhões de reais.
De onde saírá esse dinheiro, minha cara Cris, senão do orçamento da saúde, quem sabe de remanejamento entre rubricas, prejudicando outras políticas em curso.
Se os recursos são finitos, como lidar com uma necessidade desnecessária, imposta pelos calores da hora política?
Imagine, por exemplo, que, em 1999, numa cidade do interior mineiro houve pelo menos 19 mortes suspeitas de febre amarela. Você ficou sabendo? Eu fiquei sabendo? Algum flanar ficou? Claro que não! Houve responsabilidade, decerto inspirada por outro momento político do país.
Enfim, como lembrou-nos Soljenitzin: uma palavra tem o peso do mundo.
Abs.

morenocris disse...

Caro Oliver, vamos torcer para que você e o marketing rasteiro(acusa sempre a mídia), estejam corretos. Estou falando de vidas. A forma como estou falando com você é perdoável, pois você já prestou atenção que em casos jurídicos(juridiquês) e de saúde a questão sobre a mídia é a mesma? Lembrei-me da revista Piauí, dos escândalos na política, de Lúcio Flávio Pinto...e por falar nele, acabei de comprar o seu exemplar de 2a. quinzena, do Jornal Pessoal e na página 6 está a matéria - papéis da história: a violência do poder contra a imprensa.
Sou jornalista, é um bom domingo, e fico sempre chateada quando vejo que a mídia é a bola da vez quando se transforma em marketing. Não adianta você só concordar com a grande imprensa, ao mesmo tempo que discorda da mídia, se você não fala, não esclarece, não coloca o que sabe. Criticar por criticar fica no vazio. Longe de mim o primeiro post do blog. Você quando fala da coluna do Bernardino, da nota de lá, mas não coloca o outro lado da moeda, então, ficam elas por elas. E o leitor fica sem saber a verdade. Você quando fala do erro da mídia na questão da febre amarela, não coloca a informação necessária, então, bater por bater é fácil. Você conhece o assunto, tem a informação que pode nos ajudar, mas escolhe sempre o caminho mais fácil. Li em um blog daqui, acho que no mês passado, um post em que falava mal dos médicos, caramba, Oliver, aquilo me fez ficar horrível, sem ser médica. Senti vontade de levantar um debate, mas iria dançar por falta de conhecimento na área e infelizmente ninguém discutiu a questão, pelo contrário, os comentários foram favoráveis ao post. Você já percebeu que não nos discutimos? Que aceitamos tudo calados? É mais fácil ir ao meu blog produzir um post e te responder do que falar diretamente com você? Não sei se você me entende, talvez eu seja apenas mais uma louca dessas da vida, mas sempre falarei, tentarei colocar o meu lado, a minha opinião, principalmente quando o assunto estiver relacionada com a imprensa, que tem os seus erros e graves, mas nem por isso é a palmatória do mundo. Enfim, como diz a Cris Moreno: precisamos nos comunicar!

Abraços.

Itajaí disse...

Cris,
Em blogue a primeira tentativa de diálogo é o post índice. Se vai ficar só na leitura, ou estimulará comentários, só o tempo e a disposição dos leitores dirá.
Sobre informações sobre a Febre Amarela algumas estão espalhadas no blogue. E talvez você não tivesse lido quando escreveu seu comentário, mas em outro post eu lhe fiz a recomendação que buscasse a página do Ministério da Saúde para esclarecer suas dúvidas sobre Febre Amarela ( www.saude.gov.br). Va até lá que existem outros assuntos que certamente lhe interessarão.
Quanto a crítica ao colunista social é simples: o problema da saúde pública no Marajó não será resolvida com UTIs. Tal qual a história do aqueduto amazonico não resolveria o problema do NE.
Cara jornalista, UTI sozinha não resolve nada, a não ser a sede eleitoreira dos prefeitos em fim de mandato. O que o Marajó precisa é de esgoto, de água tratada, de luz, de escolas, de rede de atenção primária que funcione, de salas de reanimação em cada município, de rede de transporte sanitário eficiente, de hospitais e no máximo de uma UTI, localizada prefencialmente em Soure, interligado por telemedicina com Belém. E isto em linhas bem gerais.
Por fim quero lhe alertar que aqui não se faz marketing de qualquer natureza. Nem rasteiro, como você disse, nem alto. Digo-lhe isso com franqueza, para que possamos manter o respeito mútuo.
Pois nessa conversa toda, surgiu-me a idéia de distribuir o Prêmio Umbigo de Vedete, o PUV, semanalmente.
Mas, agora, me de licença, porque tenho outras escrituras, fora da blogosfera.
Abs.

morenocris disse...

Oliver, não falei do marketing de rasteira pra vc, em nenhum momento. E nem que os seus posts são isso. Por favor, estou falando da grande imprensa. Jamais diria isso pra vc. Abordei o seu desdobramento com a informação. Só isso. Tenho muito respeito por todos vocês do Flanar e dos outros blogs. Um pedido: faça uma revisão do meu comentário. Perdoa-me o problema causado na comunicação. Boas escrituras. Adeus.