No comecinho dos anos 90, foi montado um parquinho de diversões ali no Entroncamento - um daqueles mixurucas, mas que trouxe a Belém, acho que pela primeira vez, uma montanha russa. Eu diria um montinho russo, de tão pequeno. Na fila, que era grande, eu e meu irmão conversávamos, um pouco alheios aos nossos demais acompanhantes. Imaginem os assuntos numa fila de montanha russa. O nosso era as forças centrípetas e centrífugas que fazem uma montanha russa funcionar. Eu havia lido uma reportagem na revista Superinteressante sobre a ciência nos parques de diversões e meu irmão já tivera maior contato com Física.
Contando esta história, a reação das pessoas invariavelmente é a mesma: desaprovação. Fomos chamados de chatos muitas vezes. E por quê? Porque num parque de diversões somos sentenciados a tratar de banalidades? Isto nos remete a um questionamento mais profundo: gostar do conhecimento é ruim? Somos chatos ou desagradáveis por gostarmos de aprender?
Note-se que, àquela altura, meu irmão cursava Biologia na UFPA e eu me encaminhava para um curso de Direito. Nenhum dos dois tinha qualquer interesse particular por Física. Mas ambos tínhamos gosto por aprender coisas novas, seja ciência pura, sejam as suas aplicações.
Naquele tempo, eu já tinha um espírito multidisciplinar. Adorava conversar longamente com meus amigos de áreas diferentes. Conversava com acadêmicos de Medicina, Meteorologia e Arquitetura, dentre outros. Aprendi termos médicos bastante técnicos, fiquei conhecendo alguns fenômenos atmosféricos, a diferença entre os estilos dórico e coríntio e muitas outras coisas, que cabem na rubrica cultura geral, algo essencial para todos, mas que muitos não valorizam.
Essa cultura geral, hoje, se não serve para outras coisas (duvido), me deixa craque na hora de resolver palavras cruzadas. E será um pequeno legado a deixar para meu filho, que vem aí.
Meu espírito multidisciplinar foi um dos fatores que me motivou a aceitar o inesperado e gentil convite para integrar a troupe do Flanar. Aqui, profissionais da Medicina e do Direito falam sobre a vida, o universo e tudo mais, como digo lá no Arbítrio do Yúdice, minha casa original (e que continua lá, viva).
De agora em diante, estarei por aqui, também. Agradeço por me considerarem da família e espero manter o charme e a classe do Flanar. Um grande abraço para todos.
6 comentários:
Legal! Parabéns pro blog pela ótima escolha. Eu leio o "arbítrio" e leio o flanar, os dois tão no meu feed reader. Acho que a combinação vai ser saborosa.
Caramba..finalmente foi "oficializado" o Yúdice no Flanar... rsrs
Parabéns! Ô casa linda...cheia de gente legal, inteligente, bonita, bacana...
Ôba!
Beijos, beijos, beijos, beijos...
Parabéns, pessoal. O Yúdice só vai abrilhantar ainda mais esse cantinho de preciosidades do Flanar. Esse Carlinhos tá querendo mesmo dominar o mundo da blogosfera. Se ele é o Cérebro, quem será o Pink?
abraços procês,
paulinho klautau (não acertei postar sem ser como anônimo)
Yúdice, muitíssimo bem-vindo. A casa é toda tua - como, aliás, sempre foi.
Estamos muito felizes pela tua deferência em participar desse nosso pequeno espaço.
Abração.
Parabéns ao blog! Na conta da empatia vocês só fizeram somar.
Sucesso, Yúdice! Adeus! sniff... sniff...
Amigos, quanta festa! É muito bom ser recebido assim. O interessante é que o sentimento de acolhida é igual, mesmo que eu esteja entre pessoas que vejo toda hora e outra com as quais só me encontro virtualmente.
Esse deve ser o melhor aspecto da tecnologia: permitir fraternidade mesmo entre quem nunca se viu de fato. Abraços.
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