Atendendo ao convite de um ex-aluno que hoje trabalha como consultor imobiliário, esta manhã visitei o empreendimento Portal do Mangal, que estava em dois dias de lançamento, para captação de compradores. Como já estou comprando minha casa (nem tenho bala na agulha para tanto), fui até lá sem me preocupar com o empreendimento em si. Minha meta era uma só: visitar as obras da futura orla de Belém - detesto o megalomaníaco nome "Portal da Amazônia"; para mim, é apenas a orla pela qual tanto espero.
Apesar do sol cruel das 11 horas e do terreno enlameado, não desperdicei a oportunidade de caminhar pelo aterro hidráulico, arrematado com as pedras que ajudam a quebrar a força da maré.
O aterro hidráulico, tocando a Baía do Guajará
Só vira pessoalmente algo do gênero em Florianópolis, quando da construção da Av. Beira Mar Sul - uma obra muito, muito maior em termos de quilômetros quadrados.
O Mangal das Garças, visto do aterro
Honestamente, desejo intensamente que o projeto prossiga e que Belém possa, enfim, ganhar uma grandiosa orla, não para que apenas privilegiados usufruam de uma bela vista, mas para que todos nós possamos caminhar, andar de bicicleta, fazer exercícios ou, simplesmente, contemplar um pôr do sol ou ângulos inusitados, como o emaranhado de caules da vegetação típica do manguezal.
Você já tinha visto assim, de pertinho?
PS - O Portal do Mangal é um empreendimento imobiliário grandiloqüente e, apesar de não ser do ramo, posso dizer que diferente de tudo que já se fez nesta cidade. Chamou-me a atenção o projeto dos apartamentos, com os cômodos todos interligados, dando grande mobilidade. Alto nível, sem dúvida. Morar lá será, de fato, um privilégio, para aqueles que dispuserem de condições para levantar no mínimo 552 mil reais, chegando ao ápice: os apartamentos do sétimo andar da torre 6, na planta por 944 mil. Aproveite.
7 comentários:
Boas fotos!
Foram tiradas com o celular?
O que todos os belenenses já sabem é que o aterro do Dudú foi prô brejo, literalmente:
Por falta de pagamento, a draga parou há muito tempo de puxar areia para o atêrro e está inclusive indo embora de Belém.
Repete-se o ocorrido com:
- O novo Pronto Socorro do Sírio-Libanês, que nunca aconteceu;
- As licitações do transporte urbano, que nunca aconteceram;
- A passarela de pedestres, marco da cidade, em frente ao Shopping, que também ficou prá trás;
- O transporte Fluvial para Mosqueiro, que naufragou;
- Tantos outros projetos que ficaram sem projetos ...
O Dudú deveria ser processado por propaganda enganosa, feita com o nosso dinheiro para enganar a gente mesmo. Duciomar enganador!
Imagine, Bar. Foram tiradas com uma Sony Cybershot de 7.2 megapixels. Com o celular, ficariam com resolução ruim. Mas agora fiquei preocupado: se as fotos estão boas parecendo de celular, isso significa que, para uma câmera, estão ruins?
Caro anônimo, concordo com você. Quando falei que desejo ver a obra pronta, o comentário foi atemporal, ou seja, não se refere a esta gestão municipal. Afinal, há muitos anos que sonhos com uma bela orla. Desde antes de surgir esse cidadão que botaram na cadeira de prefeito.
Semestre passado na faculdade foi feito um debate na minha turma sobre a orla de Belém. O foco era no direito de propriedade dos moradores e comerciantes afetados pela obra, mas quem disse que a turma entendeu isso? Mesmo com intervenções do professor o foco era sempre desvirtuado pro lado plástico da obra. Ficaram tão 'fascinados' pelo dito 'Portal da Amazônia' que não aceitaram e ficaram irritados com os argumentos contrários à realização da obra, do ponto de vista do direito de propriedade. Eu estava justamente nesse grupo contrário. O grupo a favor levou todo aquele material publicitário da prefeitura, cheio de mentiras e ilusões, apelaram pro emocional mostrando fotos de crianças brincando no lixo alagado da área e nos acusaram de sordidez ao querer embargar a obra. Fomos 'marginalizados' naquela noite. Mesmo falando que não éramos contrários à macro-drenagem, que gostaríamos sim de ter uma orla na cidade, mas que fossem dadas todas as garantias do direito de propriedade dos moradores e comerciantes da área, coisa que na prática não acontece no Portal da Amazônia. Estão enganando todos os 'remanejados'.
Imagino que as coisas tenham ocorrido dessa forma, Ivan. Afinal, e aqui faço uma crítica construtiva, a maioria dos nossos alunos vem de uma classe econômica confortável, o que freqüentemente desemboca em dificuldades para compreender que seres humanos têm problemas e que compete ao poder público resolver alguns deles. É a mentalidade da classe média: ignora se o transporte público é uma porcaria, mas se enfurece se instalam uma faixa de pedestres; ignora as filas do SUS, mas enlouquece com as dos aeroportos; encara a cidade como um ponto turístico, menosprezando o fato de que pessoas vivem nela. Pobres, inclusive.
Ao lado disso, há o fato de que o tal "Portal da Amazônia" não foi concebido como um projeto de intervenção urbanística apoiado nos objetivos de saneamento básico + regularização de propriedade imobiliária + transporte coletivo + acessibilidade, dentre outras. Ele foi concebido como um projeto turístico, a construção de uma nova fachada para a cidade. Culpa da prefeitura, pois assim a idéia foi vendida para todos. Teus colegas, sem refletir sobre isso, compraram a idéia pronta.
Não os recrimino, portanto. Mas precisamos de maior senso crítico para entender os fatos do mundo.
As fotos estão boas, Yúdice.
É que inicialmente, achei-as algo quadradas, fora do padrão 10X15, e aí, imaginei terem sido feitas a partir do celular.
Acredite, tem uns Sony Ericsson por aí que fazem maravilhas.
Abs
Correto, Bar. Os celulares a que te referes são fruto da aplicação da tecnologia das Sony Cybershot a esses aparelhos, após a fusão das duas empresas.
Quanto à aparência das fotos, foram reduzidas ("redimensionadas", na linguagem do Microsoft Office Picture Manager), para facilitar a postagem. Sempre edito, reduzindo, as fotos que vou postar.
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