Sábado, 7 de junho, tudo apontava na direção da repetição da Aliança pelo Pará, que governou o Estado por 12 anos: Valéria (DEM) prefeita, Paulo Chaves (PSDB) vice.
Aí, forças ocultas moveram-se no tabuleiro e, quando tudo dava conta de que na segunda-feira, 9 de junho, às 19 horas, a chapa seria lançada, eis que a barca vira: calma, não é bem assim, abriram o bico os emplumados.
A nova jogada: um personagem nefasto – o prefeito Duciomar Costa – acena com uma proposta mais interessante. Juntem-se a mim e serão os eleitos no Paraíso, disse o falso médico, e os tucanos revoaram e pousaram nos braços estendidos do espantalho.
Forjou-se então a tal candidatura própria. Até as pedras retiradas das novas calçadas de Belém sabem que a estratégia urdida é a mesma que derrotou o tucano Almir Gabriel, nas últimas eleições para o governo do Estado: o candidato próprio do PSDB é lançado como boi de piranha e amealha votos que deveriam ir para Valéria Pires Franco; Duciomar, candidato à reeleição, enfraquece a maior oponente de sua fatia de eleitorado e garante vaga no segundo turno, para disputar com um dos candidatos da chamada esquerda: Mário Cardoso (se resistir às primárias do PT paraoara), Edmilson Rodrigues (se largar o doutorado e subir ao palanque) ou outro que se apresentar. O PSDB cobra a fatura, após a reeleição do alcaide-desastre.
O fato é que quem, até então, seria fiel aliado, firmou acordo com o adversário para derrubar justamente o aliado de antes. Isto é: o PSDB jurou amor eterno ao DEM contra o inimigo comum Duciomar, para logo depois se aliar a Duciomar contra o até então parceiro DEM. Entre estas posições, um mero final de semana.
É assim a política nacional: os compromissos, efetivamente, não são cumpridos. É possível confiar em alguém? Sempre reluto em aceitar, por uma questão de princípios, mas até agora e diante de todos os fatos, o ex-governador Simão Jatene tem razão: ética e política, efetivamente, não andam de mãos dadas. Principalmente com estes atores em cena.
5 comentários:
Eu pagaria pra ver a cara do Vic ao saber da notìcia. ha,ha,ha....
Mas tem uma pergunta que não está respondida. Qual o futuro imediato de Duciomar? Não creio que ele se arrisque a ficar sem mandato. Disputaria a vereança? Mais penso que ele prescreveu a seguinte receita aos tucanos:
Ele cabeça de chapa e os tucanos na vice por dois anos.Findo o estágio probatório, ele sai para o senado e os tucanos assumem a PMB. Para os tucanos é uma ótima troca. Afinal, na outra chapa, teriam vice mesmo.
Como os Demo não tinham nada a oferecer de contrapartida, dançaram bonitinho debaixo do Boi Duciomar.
Por fim, Francisco, conjugar ética e política de fato é muito complicado. Como diz um amigo meu, a política é a arte que nos permite o exercício das baixas paixões. Há que ter, assim, muito cuidado por onde se anda.
Rapaz, ia rolando a página e por isso a fotografia apareceu subitamente. Levei um susto ao ver tanta gente de catiguria reunida, lado a lado, se confraternizando. Mas já me aliviei e escovei os dentes.
Aproveito para ponderar, face ao comentário do Oliver, que um mandato de vereador não interessa ao sedizente, porque não garante a imunidade parlamentar de que ele tanto precisa. E se porventura ele conseguisse um mandato federal, será que a casa legislativa se daria ao trabalho de suspender a ação penal? Duvido. Fora daqui da oca, ele é um político inexpressivo.
Finalmente, ele pode até tentar ser senador em 2010, mas será que tem chance? Sabemos que se elegeu (senador e prefeito) apenas graças à camarilha tucana e demo, que agora o renega (em parte a primeira, com veemência a segunda). Com um péssimo histórico pessoal e sem apoios, como obter um mandato numa eleição majoritária? Eu duvido.
É... o cabra está em maus lençois.
Ou não, Oliver. Infelizmente para nós.
Afinal, na última pesquisa revelada pelo Diário do Pará, quem aparece em primeiro lugar na pesquisa espontânea para prefeito da capital é justamente... Duciomar Costa.
Que Deus tenha piedade de nós.
Postar um comentário