quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Capitalismo Sem Risco

É sui generis essa história comprida da venda da Universidade da Amazônia (UNAMA). Lê-se n'O Liberal de hoje que a Academia Paraense de Letras (APL) avalia redigir um desagravo ao professor Edson Franco, acadêmico da APL e um dos oito sócios da UNAMA, que demitiu-se na última semana após ser voto vencido na decisão pela venda da instituição.
Eu pergunto: os imortais paraenses vão desagravar o par de quê? Até onde li e ouvi, valeram as regras societárias: reuniram-se os donos de um bem, debateram uma proposta de compra e a maioria decidiu pela venda. Se o professor Edson Franco, contrariado com o desfecho da reunião, exonerou-se do cargo de reitor da UNAMA, essa foi uma decisão absolutamente pessoal, conforme a mídia registrou nos últimos dias. A menos que falte a história alguma parte.

6 comentários:

Anônimo disse...

pois é, mas estamos em Belém. E essa novela de vende não vende da Unama é a culminação de uma briga interna, familiar.

Anônimo disse...

Na verdade, o que a ABL cogita fazer nada mais é do que uma solidariedade Nazarena. O Capitalismo triunfou, como sempre, mesmo que isso doa dizer que a Universidade da Amazônia seja agora do exterior ou do Sudeste. (Não sei quem comprou). Aliás, dificilmente veremos o dono da Unana andando pelos corredores, como víamos o reitor com frequência. Na verdade, na verdade, espero sempre o melhor de tudo, espero que os novos donos invistam naquilo que Edson Franco sempre teve ojeriza: pesquisa e extensão.

Anonymo

Anônimo disse...

Triste fim...
Lembro-me de uma publicidade antiga com uma foto dos 3 sócios do antigo CESEP chamando-os de 'Trio Elétrico'.
O trio se desfez com o falecimento do saudoso David Muffarrej.
Não me meto em briga de cachorro grande mas não entendo como a mídia paraense é tão manipulável...
Oliver,
vc tem toda razão... quem quer vender... vende. Pq tanta celeuma ?
E mais...
o que a APL tem a ver com isso?
Eles não devem ter mesmo nada pra fazer... hehehehe

Yúdice Andrade disse...

Falta, a meu ver, caríssimo Oliver, a parte em que se considera que uma instituição de ensino, mormente quando tão portentosa quanto a UNAMA, não pode ser tratada como uma empresa qualquer, passível de venda sem mais aquela.
Obviamente, na lógica estrita do mercado, basta o que mencionaste: uma decisão da maioria societária e pronto. Mas é assim que se lida com as vidas de mais de 20 mil alunos, quase 700 professores e, creio, número equivalente de funcionários? Além do mais, trata-se de uma empresa que lida com a formação de seres humanos. Com questões que determinam toda a vida do estudante.
Como educador, penso que não.

Anônimo disse...

where's my comment?
Anonymo, treinando o inglês :)

Itajaí disse...

Estudei lá duas vezes em 78 e em 91. Na primeira vez era CESEP e se via de fato diariamente os donos circulando nos corredores, trocando idéia com os professores e alguns alunos mais próximos. Da segunda vez, não. Muita gente, espaço físico imenso, enfim...
Yúdice, concordo contigo. Há certamente essa dimensão que te referiste. Mas, os atores envolvidos não se conduziram por esse caminho, preferindo tratar o assunto como foi. Daí porque usei a lógica do mercado para interpretar tanto a renúncia quanto o descabido desagravo.