Desde o lançamento dos netbooks, os usuários passaram a aceitá-los como notebooks de configuração espartana, baixo peso e preços baixos, como um segundo equipamento, de fácil transporte, útil para viagens por exemplo, garantindo acesso a web e edição de textos e planilhas entre outras coisinhas que não exijam muita capacidade de processamento.
Mas isso aqui, talvez seja um cometimento hilariante.
Processador Samsung Arm de 400 mhz, 64 mbytes (é MEGA bytes mesmo) de RAM e 4 gbytes de armazenamento SSD. Roda Windows CE (aquele windows que rodava as agendas eletrônicas HP Jornada e as primeiras gerações de Pocket PCs)!! Mas pelo vídeo, podemos ver que o Menq International's EasyPC E760 é na verdade, uma carroça.
Mas queria o quê? Custa apenas 89 dólares!
Então leva, vai. Eu tô fora!
27 comentários:
Oliver, com muito menos se faz muito, mas muito mais mesmo: http://laptop.org/index.pt_BR.html (o projeto pai da onda dos netbooks)
São netcomputadores para sala de aula, por exemplo. Certamente, não atendem a exigência daqueles que precisam de máquinas mais poderosas para rodar programas estatísticos ou edição de vídeo. Para esse caso, estão indicados os eepcs de terceira geração ou, os já clássicos notebooks.
O problema é que,num caso ou outro, na medida em que essas notáveis máquinas crescem, tornam-se em proporção fisicamente mais pesadas, o que as torna tortura para quem as carrega diariamente por dever de ofício.
É, portanto, um caso em que a inovação chega com limites de fronteira previamente estabelecidos pelo horizonte do operador. E, sem dúvida, constituem-se em ferramentas para alcançar a almejada democratização da informação.
Oliver.
Penso que para este nobre propósito que defendemos, o produto em questão no post, é uma "balela" das grandes.
Além do limite ético, digamos do binômio baixo preço x funcionalidade decente.
Basta analisar não só a opção pelo cadáver insepulto do Windows CE e hardware absolutamente ineficiente.
Abs
Cruz credo! Eu também.
Imagine o que dirias se visses uma sala de aula em Cuba, onde as crianças aprendiam informática em TV tipo Admiral, com programas rodando no ambiente DOS. Em 1997, dez anos atrás. Logo, com muito menos, se faz muito mais.
Quanto a ineficiência é preciso ter muito cuidado com essa palavra, quando se discute tecnologia, pois são várias as dimensões que a compõe.
Não basta benchmark para analisar o problema. É necessário saber se o ganho didático com o uso do equipamento é igual, melhor ou pior, quando comparado a outras máquinas mais caras e mais poderosas.
Pode ser que estejamos diante de um problema semelhante aos tênis, hoje diferenciados para isto, para aquilo, que prometem ganhos de perfomance, etc. Um estudo recentemente realizado definiu em patamares bem menores um bom tênis, e os tais ganhos que resultariam da incorporação de nova tecnologia, é mínimo, só fazendo diferença realmente para atletas de alto desempenho. Ocorre que a indústria sabe que nenhum mercado de tênis se sustenta apenas com atletas de alta performance...
Mas Oliver. Vc jã viu a configuração da "máquina"!!!????
É difícil insistir que este troço tenha o perfil de PC educacional. Ainda menos com o "Windows CE", que é um software proprietário, o que contribui para elevar o preço da geringonça. Se fizessem uma máquina com esta configuração e botassem software livre, ainda assim, a acharia uma bobagem.
A indústria tem lá seus braços longos em todo o mundo. Mas os governos também. Principalmente se decidirem adotar uma máquina com software proprietário.
Além disso, trazer à tona o perfil cubano em meio a este cipoal, penso que eles estariam muito melhor atendidos com software livre. É injusto para seus cidadãos manter a obsolescência em atividade.
Eles também tem o direito de acompanhar os avanços da tecnologia.
E sem aumentar exatamente os custos.
Se não, vamos acabar correndo o risco de advogar "a causa" das máquinas de datilografia.
Afinal, elas também podem cumprir algum papel. Desde que com o uso daqueles acessórios corretivos, talvez no meio da deserto.
Abs
1.É preciso reconhecer que não é o governo cubano quem bloqueia o acesso à novidades tecnológicas e outros bens; o autor do bloqueio tem outro nome, fique bem claro. E apesar de toda essa adversidade, o que eu vi e relatei, na época não tinha precedentes nas escolas públicas brasileiras e, também, na maioria das privadas. E note: por princípio os softwares em Cuba não são proprietários.
E antes que aleguem que o visto foi produto de uma visita chapa branca, adianto que não foi. Andando na rua, ví a escola, procurei a diretora, identifiquei-me e perguntei se podia visitar e acompanhar as atividades didáticas.
2.Não advogo retrocessos, mas também sou cada vez mais cauteloso quanto ao imperativo tecnológico e seu impacto social quanto a custos, segurança, eficácia e, especialmente, a efetividade que é o que interessa quando estamos no mercado.
3.Tambem em momento algum sugeri, ou disse que a máquina em análise é estupenda, mas também não vi qualquer indicativo, nesta discussão, de que nessa configuração acanhada não cumpriria seu papel educacional, ou de que o fabricante estaria vendendo gato por lebre, enganando o consumidor de que estaria comprando o top of line das opções em netcomputing.
Também ninguém explicou quatro pontos relacionados a este debate:
1 - a máquina, nessa configuração rodaria Linux - um software livre?
2 - em caso afirmativo, porque o fabricante deu opção para o Windows CE, sabidamente obsoleto e copyright - estaria a Microsoft exercendo a filantropia, cedendo-o de graça ao fabricante?
3 - qual a diferença entre esta máquina e aquela "protótipo" que está no link que o Antonio Fonseca sugeriu?
4 - a quantas anda esse projeto de um netcomputer para cada aluno?
Quando eu falo em "governos", Oliver, me preocupam muito mais os "desbloqueados"(como o nosso, por exemplo), do que exatamente os "bloqueados" (como o cubano).
Sim. Eu sei da história do bloqueio.
Os "desbloqueados" afinal, podem perfeitamente fazer acordos espúrios com a indústria (entre elas, a sempre desconcertante Microsoft), deixando a questão custo x benefício no chinelo, em favor de interesses escusos.
Este perigo é real e talvez imediato. Longe de mim levantar agora teorias conspiratórias.
Quanto à máquina em questão, ainda não vi uma que não possa utilizar o software livre. Nem um mísero celular. Está no DNA do Linux, Oliver. Tem máquina? Existem milhares de programadores loucos para desenvolver software para ela. Enquanto isso, qual o DNA da Microsoft? Apenas como o mais significativo dos inúmeros exemplos.
Mas, cabe confirmar a hipótese.
Abs
O software livre só vencerá se a sociedade se organizar para torná-la realidade, incorporado a uma política pública. Essa decisão não pode se limitar a gabinetes. Porque nesse cipoal o que não falta é cobra criada, fugida do Butantã, pronta para defender seu mercado e tomar o do outro.
Sim. Mas uma dimensão não podemos perder no amadurecimento desta questão. O que tem a "cobra criada" do software livre, em termos de poder econômico, para concorrer com o software proprietário, frente a "governos"?
Bilhões de dólares?
Ela só tem a sociedade, meu caro, como é facil de perceber. Repetindo: enquanto esse debate não sair dos gabinetes e da blogosfera, não for retomado por lideranças e se tornar um movimento da sociedade o software livre será presa fácil para as cobras criadas dos bilhões de dólares. E aí, meu caro, a culpa será, como lenitivo, do governo.
Prezados Oliver e Flanar,
Vou tentar ser o mais direto possível. Quanto a configuração do equipmento que ilustra o post, mesmo sendo modesta é possível sim utilizá-la para fins educacionais ou mesmo para produtividade pessoal. No entanto suas limitações intrínsecas comprometem diretamente a qualidade do será possível alcançar com ele.
Em termos práticos se adicionarmos mais memória RAM a este equipamento (o que possivelmente, por limitações de projeto, não será possível), para alcançarmos algo em torno de 256MB ou 512MB (memória RAM hoje é um dos componentes mais baratos em qualquer computador, muito menos que $1/MB), já obteremos um ganho exponencial de capacidade. Porém é necessário investigar o chip gráfico instalado e verificar se este possui recursos mínimos para desenhar as telas gráficas de forma eficiente (hoje até mesmo chipsets integrados em placas-mãe modernas e baratíssimas de computadores pessoais são capazes desta "façanha" com folga). Cadê a webcam embutida? E os recursos de rede instalados?
No fim de tudo será necessário "arrancar" o fraquíssimo WinCE e substituí-lo por alguma distribuição Linux ou pelo menos pelo Windows XP (no caso do Linux posso afirmar antecipadamente que isto é possível, no caso do Windows XP existem limitações do próprio sistema quanto a hardware suportado que precisam ser investigadas previamente).
Mas porque livra-se do WinCE? Simples, primeiro porque praticamente não existem aplicações educacionais desenvolvidas para este sistema e em segundo lugar porque o próprio sistema apresenta limitações quanto a capacidade das aplicações que podem executar sobre ele.
Este segundo fator não contribui para atrair um grande número de desenvolvedores para essa plataforma, principalmente se levarmos em conta que existem opções muito mais poderosas e baratas, como o Linux por exemplo, ou você acha que foi por acaso que a Asus escolheu o sistema do pinguim para equipar o Eee PC e dar o ponto de partida na revolução dos netbooks? - espere pelo Google Android para a próxima e potencialmente maior revolução de todas (quem sabe comparável ao PC e a computação em rede).
Chegando neste ponto você deve estar se perguntando: mas existem aplicações educacionais para Linux? É claro que existem. Uma quantidade enorme delas e a maioria além de open source é gratúita. Um bom ponto de partida para sua investigação a esse respeito é: Edubuntu
Vamos agora às perguntas que o Oliver formulou em um comentário anterior:
1 - a máquina, nessa configuração rodaria Linux - um software livre?
Acho que a resposta já foi dada e discutida acima.
2 - em caso afirmativo, porque o fabricante deu opção para o Windows CE, sabidamente obsoleto e copyright - estaria a Microsoft exercendo a filantropia, cedendo-o de graça ao fabricante?
Não conheço o caso específico do fabricante em questão, no entanto é muito comum no mercado o seguinte cenário: um 'fabricante' de computadores adquire kits de equipamentos (licenciamento e compra), coloca neles a sua marca e os comercializa. Este kits são desenvovlidos e produzidos na Ásia e geralmente compreendem hardware e software.
O WinCE segue um modelo de licenciamento padronizado e familiar aos fabricantes asiáticos (a Microsoft não é boba e possui uma equipe extremente agressiva naquela região do mundo). Existe também o apelo do baixo custo de licenciamento (paulatinamente perdendo força para soluções baseadas em Linux, vide novamente o Android e outras opções que estão surgindo sendo proposta por organizações de desenvolvedores e fabricantes).
Inclusive recentemente a Microsft consegui apoio governamental na Coréia do Sul para praticamente banir o uso de outros sistemas (grana preta meus amigos - pesquise sobre o tema, o Google é seu melhor amigo).
Existe hoje naquele país um grave problema de dependência tecnológica da Microsoft uma vez que a maioria dos serviços públicos disponíveis eletronicamente só podem ser acessados utilizando a plataforma Windows (não foram desenvovlidos utilizando padrões da indústria e sim padrões fechados da Microsoft), esse lock-in favoreceu a Microsoft nas negociações com o governo.
Algo parecido ocorre na amércia latina começa a ocorrer com o Chile e em muito menor escala no Brasil (até bem pouco tempo você precisava de uma cópia legal ou não do Windows para exercer seu dever como cidadão, de declarar o IR) - felizmente existe alguma resistência principalmente partindo da comunidade de software livre nacional, formada por técnicos, empresas e especialistas (a despeito do oportunismo político casual, quase sempre nocivo à causa do software livre).
Cabe uma menção honrosa ao estado do Pará.
Neste exato momento nossos amigos da Prodepa (UFPA) estão ultimando os preparativos para desligar definitivamente o firewall do estado baseado em solftware open source. Está sendo implantada um solução baseada em software proprietário, paga, tecnologicamente inferior, mais limitada quanto a recursos e importada diretamente de Brasília (não se sabe por quem).
Também estamos migrando para a plataforma de colaboração Microsoft Exchange (será gasto uma grana em licenciamento, provavelmente através de algum acordo feito com o Sr. Mauro Bastos, representante da Microsoft em Belém - frequentador assíduo de reuniões na Prodepa).
Isso é particularmente grave porque existem soluções de colaboração mais baratas e tão ou mais poderosas, muitas delas de licenciamento mais barato (ou grátis), mais seguras e de menor custo de manutenção.
Por exemplo existem ótimas soluções open source e proprietárias (não atreladas a monocultura do Windows, ou seja, rodam em qualquer plataforma).
Existe hoje inclusive a possibilidade (bem mais barata, tanto do ponto de vista de aquisição quanto do investimento em conhecimento já realizado) de manutenção da solução já largamente utilizada no estado, IBM Lotus Notes.
Esta solução pode executar sobre plataforma livre (Linux ou qualquer outra) e co-existir com outras soluções abertas e proprietárias.
Além da alta respeitabilidade do Notes no mundo todo, sua política de licenciamento mudou bastante nos útlimos tempos, não sendo mais necessário em alguns casos a aquisição de licenças pagas. Portanto nesse momento, migrar para Microsoft Exchange representa um enorme retrocesso.
Então por que será que está acontecendo?
Cabe aqui uma informação de bastidores: já ouvi sair das bocas de alguns notáveis aqui da terra: "é preciso justificar o enorme esforço que a Microsoft fez para montar seu escritório regianal aqui e não em Manaus".
Atenção, infelizmente você não encontrará muito sobre isso pesquisando no Google. Mas vai uma dica, Compras Pará. Mais especificamente um certo registro de preços feito no final do ano passado, curiosamente logo após a "mobilização" da Microsoft para trazer o seu escritório regional para nossa bela cidade.
Para finalizar a resposta a esta questão número 4. Sim a Microsoft muitas vezes tem fornecido de graça seus produtos (tática do traficante), apesar de que isso pode ferir legislação específica do setor em muitos países.
Se houver mais interesse sobre o assunto, novamente uma pesquisa usando o Google deve ajudar a lançar uma luz sobre as práticas da Microsoft.
3 - qual a diferença entre esta máquina e aquela "protótipo" que está no link que o Antonio Fonseca sugeriu?
Inúmeras. Essencialmente este equipamento é uma máquina desenvolvida para negócios e que pode ser adaptada para o uso educacional, como a maioria dos demais computadores existentes (até mesmo o PC).
Vamos ilustrar esse pensamento de forma dramática e muitas vezes insuspeita pelo leigo? Hoje absurdamente utiliza-se ferramentas de negócios como Powerpoint e Excel como software educacional, inclusive nas escolas norte-americanas e européias!
O XO (OLPC) é um projeto de computador (software inclusive) desenvolvido especialmente para uso educacional.
Ele foi todo pensado desde o começo para isso, portanto benchmarks convencionais e análises cruas sobre a capacidade do hardware instalado não se ajustam completamente.
Leia mais sobre o projeto: XO
Veja um (dentre os vários vídos disponíveis) do XO em ação: Quinto dia com o XO
O XO não é um protótipo, ele já está funcionando e sendo utilizado em alguns lugares do planeta.
Leia uma entrevista com a educadora Léa Fagundes (do Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS) sobre o XO: Entrevista com Léa Fagundes
Não quero parecer chato, mas novamente aqui vai uma crítica ao governo brasileiro.
O Brasil inicialmente era um dos apoiadores do projeto OLPC e comprometeu-se a realizar uma contra-partida. A fundação responsável enviou equipamentos para um piloto no país, posteriormente o governo brasileiro não cumpriu com o acordo (mesmo após as conversas sobre a possibilidade de fabricá-los aqui, não somente o XO mas também servidores para serem utilizados em rede com o equipamento ao redor do mundo) e decidiu optar pela adoção do Classmate PC da Intel (o Classmate é inferior em proposta porque trata-se mais de um laptop nos moldes convencionais).
A Positivo (empresa brasileira) hoje fabrica um equipamento baseado do kit do Classmate e venceu a concorrência para fornecer o laptop educacional para o governo. Mesmo não atingido o preço especificado. Não me pergunte como isso é possível? Também prefiro não entrar em detalhes sobre o vai e vém no comando da Positivo.
Existe também bastante interesse da Positivo em prover o conteúdo educacional padronizado através da venda de assinatura de acesso às suas cartilhas eletrônicas na Internet.
A comunidade de desenvolvedores brasileiros continua atuante no XO, mesmo que este não venha a ser aplicado aqui. Quem sabe a gente ainda consegue fazer a diferença com plataforma livre para as crianças africanas.
Cabe ressaltar aqui um curiosidade, foi o projeto XO quem deu o pontapé de partida na reformulação que sofreram as plataformas portáteis nos útlimos 3 anos. Orientando o enfoque mais na eficiência do que na capacidade bruta.
Em grande parte as demandas do projeto (eficiência energética, robustez, simplicidade de uso e interface com o usuário, comunicação sem fio confiável e eficiente, etc) orientaram o desenvolvimento de uma série de tecnologias que hoje começam a inundar o mercado (ex: netbooks, smartphones, etc). E que estão revolucionamente a maneira como interagimos com a rede as máquinas.
4 - a quantas anda esse projeto de um netcomputer para cada aluno?
Acho que a resposta já foi dada mais acima. Pelo menos para o caso brasileiro.
Entendi seu ponto.
Mas a máquina em questão, meu amigo, francamente, continua uma "balela". Livre-se do Windows CE e ainda assim, ainda será uma esperteza que aproveita a corrente saudável dos netbooks.
Abs
Oliver e Flanar,
O software livre já está vencendo e ele não é uma presa fácil de ninguém e nem está restrito a qualquer coisa.
Explico: permanecer a percepção comum de que a Microsoft é mainstream. Sim ela continua sendo em números absolutos, mas sua hegemonia já foi quebrada e esse processo é irreversível.
Não existe mais empresa ou produto no mercado de tecnologia que não seja tocado ou influenciado de alguma forma pelo open source. Isso vai desde a adoção de padrões abertos até a utilização de código em software.
Mesmo catedrais de tecnologias proprietárias como a Apple, se renderam ao open source simplesmente por questões relacionadas a sobrevivência. Ex: o sistema operacional Mac OS X possuí um kernel (núcleo) open source e a maioria das bibliotecas existentes no sistema também são baseadas em open source, desde o suporta a impressoras (CUPS) até o navegador Safari (Webkit, o mesmo engine do Google Chrome). Para ficar no exemplo do SO.
O software livre não é presa fácil por um simples fator, ele não pertence a ninguém. E vence e vencerá por méritos próprios, excelência técnica e não peloapoio formal de qualquer política pública. Basta que sejam respeitadas a premissas fundamentais como livre concorrência, justiça e combate a corrupção.
A Microsoft continua refratária ao open source (mesmo adotando o discurso politicamente correto da interoperabilidade) por dois fatores simples:
1- Ela não ganha abosolutamente nada com o open source, ao contrário, somente perde uma vez que sua palatforma proprietária é a mais utilizada no momento;
2- Ela ainda não enfrentou uma situação limite quanto a sua sobrevivência que a obrigue a repensar suas práticas e modelo de negócios (como ocorreu com a IBM no início dos anos 1990 e com a Sun Microsystems no final da mesma década - duas giantes do setor de TI).
Uma útlima reflexão, são justamente os números absolutos da participação de mercado da Microsoft que paradoxalmente poderão forçá-la, mais cedo do que ela espera, a rever suas práticas. Sabe por quê? Simplesmente porque cada vez mais estes números deixam de representar uma vantagem em relação a concorrência que passa a inovar e adotar novas tecnologias mais rapidamente.
O enorme legado da Microsoft já está custando caro para a empresa de Gates e Ballmer. Esse preço se traduz em isolamento crescente com relação ao resto da indústria. Vide o desastroso lançamento do Windows Vista.
Eu não estou falando de rentabilidade e mas de relevância.
Antonio,
Agradeço-lhe o comentário. Redimensiou o horizonte da discussão, enriquecendo-a.
Posso lhe dizer que modificou alguns pontos de meu pensamento, mas também reforçou outros, especialmente, digamos, no que tange algumas externalidades negativas.
Abs.
A moderação do seu comentário será do Flanar, que é o chair desse debate.
Bem.
Acabamos por esquecer que estávamos falando do super-hiper-extra easy PC com Windows CE.
Rsss...
Abs à todos.
Ok, Antonio.
O último fim-de-semana puxado (vide post acima) justifica seu cochilo. Mas veja se é isso o que você deseja que aconteça.
Obrigado pela informação valiosa, gentilmente compartilhada conosco.
Abs
É, Flanar, conversa puxa conversa e isso é bom. E, convenhamos, tínhamos que fazer justiça ao valor ao seu easy PC com widows CE. A propósito, ele foi lançado na feira de Berlim. Já naquela altura alguém apostava que logo haveria uma versão Linux. Porém, se fazem necessários ajustes, especialmente no que diz respeito ao vídeo, pois algumas páginas não são carregadas por inteiro.
De fato, Antônio, o XO não é um protótipo, pois com o desenvolvimento do projeto ele está em uso em alguns países. Foi um cochilo, quem sabe porque a página me deu a sensação de que estava no ínicio. Por último, o movimento do software livre não é presa fácil, mas, lembre-se, tudo que é sólido (ou aparenta ser)desmancha-se no ar; especialmente quando não são tomadas as cautelas devidas. Prova disto está relacionada em sua resposta.
Abs.
Desculpe, Oliver.
Mas quanto ao "super-hiper-extra-Easy PC", definitivamente não estamos de acordo. É uma pocilga!
Aaaaarrrggh!
E principalmente para nobres políticas de inclusão digital. Digo-lhe que se pegarmos um velho 486 (se ainda funcionar) e nele instalarmos uma versão enxuta e direcionada do Linux, conseguiremos uma funcionalidade muito mais digna do que este arremedo de portabilidade tailandesa. Digo isso por que um dia na vida, já vi acontecer.
Ajustes!!! Ponha ajustes nisso. Até lá, alguém facinho, facinho vai lançar coisa melhor. Anote.
Neste ponto, mantenho o que disse no post original.
Tô fora! E não aprovaria que utilizassem dinheiro público nisso.
Mas entendi sua preocupação de fundo, que refuto saudável.
E crítica, o que aumenta o valor do debate que vez por outra se observa por aqui. E que traz orgulho a este blog.
Abs
PS: "externalidades" é ótimo!
Oliver,
Na boa, não se ofenda, mas esse 'Easy' PC é digno de dividir espaço com outras tantas quinquilharias facilmente encontradas nos principais pontos de comércio popular do país.
Me parece um candidato certo a 'importação' por nosso querido Law Quin Shong! ;-)
Desculpe, mas existem outros caminhos confiáveis e igualmente sensíveis ao quesito custo.
Soluções realmente sérias e muito (mas muito mesmo) mais consistentes.
Gostou de externalidades. Pois é, tem as positivas e as negativas. Coisas de economistas e sociólogos.
Mas, quem disse que eu estou discordando dos Senhores? Não é uma questão de eu contra vocês. Saibam que, na minha casa essa máquina não entra, até porque embora não seja escravo de tecnologia, sempre tenho meus equipamento com boas plataformas. Apenas animei a discussão buscando trazer para ela a profundidade que julguei que merecia, levando-a para além do objeto tecnológico em si. Nesse sentido, vocês brilharam.
Abs.
Rsss...
Vou contar aquela história do Windows 98, que compramos juntos.
Engraçadinho!
Rsss...
É verdade - vão lá dez anos! Quando tu o compraste e me deste uma cópia. Hoje, é tudo oficial, como manda o figurino.
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