Banquete na selva para Adrià
Liana Sabo/CB
Não é novidade que o espanhol Ferran Adrià, em sua próxima visita ao Brasil (ele já esteve aqui há 10 anos), prevista para este domingo, pediu para conhecer a culinária da Amazônia, que utiliza ingredientes sobre os quais ele muito ouviu falar e cujos sabores ele está ansioso para sentir. O que pouca gente sabe, porém, é que quem vai apresentar o megachef catalão ao surpreendente reino da gastronomia da selva é nada mais nada menos do que o modesto chef brasiliense Francisco Ansiliero. Auxiliado pelo amigo, gourmet e biólogo Marco Veronese, que se considera “fiel paneleiro”— cozinheiro não tem escudos e sim panelas, justifica — Ansiliero será o responsável pelas refeições que o maior cozinheiro do mundo fará durante quatro dias, de 9 a 13 de novembro, na Ilha de Mexiana, paraíso ecológico de 100 mil hectares localizado na foz do Rio Amazonas, entre o Pará e o Amapá.
O convite partiu do empresário amazonense José Rebelo, cuja família é proprietária da ilha, onde mantém, além de um hotel no estilo marajoara (Marajó Park Resort), criatórios naturais de vários produtos locais – especialmente o pirarucu que Francisco Ansileiro importa para seus restaurantes em Brasília –, além de prestar in loco consultoria ao projeto de manejo sustentável. Lá, também há jacaré, tartaruga, capivara, pato e outros animais exóticos — todos eles com o certificado legal (selo verde), que atesta serem criados em ambiente rigorosamente sustentável e ecologicamente correto.
Por tudo isto, nada mais natural, considerou o anfitrião, que convocar o chef-consultor brasiliense para elaborar toda a comida que será oferecida ao grupo gastronômico. Dele farão parte Ferran e sua mulher, o chef basco Juan Mari Arzak, proprietário de restaurante homônimo em San Sebastián, norte da Espanha, e o chef paulista Alex Atala e a mulher, Márcia Lagos. No cardápio, o genial catalão e o não menos importante chef basco, ao invés de espumas e desconstruções moleculares, vão saborear pato ao tucupi, sete preparações diferentes de tartaruga, capivara assada, moqueca de jacaré, pirarucu na brasa, além de doces, frutas, temperos e bebidas típicas. Nos intervalos dessa festança, Adrià revelou que pretende pescar. (Fonte: CB).
E aí. Ficaram com água na boca?
6 comentários:
Morrendo de inveja, mesmo...
Pudera! Não é mesmo Yúdice?
O negócio não vai ser completo. Afinal, não vi no cardápio a melhor comida do mundo: maniçoba.
Tens razão Francisco. Desconfio que o Francisco Ansiliero não sabe fazer a nossa sofisticada maniçoba.
Nem eu sei fazer, Val André. Muito embora seja um voraz consumidor da iguaria.
Abs
Se for esse o problema, minha mãe faz uma maniçoba que não fica a dever a de nenhum chef. Pelo contrário, sou mais a dela do que a dos restaurantes que, mesmo sendo saborosas, costumam ser mais gordurosas. A D. Jacimar tem um cuidado especial em selecionar ingredientes menos calóricos e gordos, porque em casa todos precisamos nos cuidar. Fica mais saudável e o sabor não se perde.
Portanto, avise ao Ansiliero que, se quiser, pode levar a minha mãe para essa jornada. Mas eu sou o empresário dela a partir deste momento.
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