Corrigir provas por um tempo prolongado geralmente me provoca alguns efeitos esquisitos, além do previsível cansaço. É normal eu, sem nenhum motivo aparente, começar a pensar em um assunto qualquer, que até pode não ter relação com a minha rotina. Aí fico pensando nele, enquanto os papéis se sucedem. Coisa de louco, eu sei. Não me defendo.
Desta vez, pensei nos dois blogs que mantenho. Como sempre ocorre nessas ocasiões, acabam negligenciados. O Arbítrio é mais fácil de manter, porque tenho uma rotina de temas jurídicos nele. Aqui no Flanar, contudo, afastei esse tema de minhas postagens, para evitar concorrências em minha própria cabeça perturbada. E aí tenho que achar assuntos sofisticados, para concorrer com o elevado nível dos demais editores. Não é fácil, acreditem. Até para falar de amenidades, tais como um CD que escutei, p. ex., fica difícil, porque falar de música com essa trupe é me arriscar, ainda mais depois que o Val-André chegou.
Além disso, o cansaço mental aumenta a minha irritabilidade, potencializando as situações que me incomodam. Por isso, declarei guerra às eleições do próximo domingo, à crise econômica mundial e ao seqüestro de Santo André. Não suporto mais ouvir falar disso, já que me deparo com esses assuntos em qualquer jornal, na internet e na blogosfera, além das rodas de conversas. Não recrimino ninguém por se ocupar disso, claro. Só não estou suportando mais, pessoalmente. Então não posso mais falar sobre isso.
Diante dessa conjuntura amalucada, resolvi fazer esta postagem estúpida para dizer que, quando criança, nos adoráveis, saudosos e breguíssimos anos 1980, tive uma paixonite pela Simony. Sim, aquela do Balão Mágico, que depois cresceu e virou mulher de traficante, expondo sua vida maciçamente nos programas mais pebas da TV. Essa mesma que implantou ouro no rosto, ainda novíssima, para manter-se livre das rugas, mas que hoje está bem enfraquecida, como diria um amigo.
Pronto! Eis aí um assunto em que ninguém pensou e sobre que ninguém está escrevendo: paixonites de infância. Isso é muito sério, ainda mais considerando que agora sou pai de uma garotinha. Todo mundo teve e todo mundo terá inúmeras paixonites na infância. Eu tive a Simony e a loirinha que se sentava perto de mim, na 4ª série. Houve outras, claro, mas essas foram as mais inocentes, que eu me lembre.
Se você também está tentando se desvincular um pouco de uma rotina exaustiva e se interessou por este tema boboca, aceita me dizer quem foi sua paixonite de infância?
8 comentários:
Rsssss....
Boa, Yúdice!
Decididamente, a minha foi a Lucélia Santos. Sua participação em "Escrava Isaura" (Globo - 1976), além de um incrível ensaio na Playboy, cravaram sua imagem. Além de Lucélia, vidrei em uma das meninas mais bonitas do colégio onde estudava. Nunca consegui conquistá-la. Hoje uma senhora devidamente casada, na época, não era loura. Mas uma moreninha esguia com cabelos castanhos longos. Ela, é claro, não caminhava como as demais. Literalmente "desfilava" pelo recreio. Sabia muito bem de seus poderosos atributos. Grrrrrrr!!!
Por que a gente acha de se apaixonar justamente pela pessoa mais concorrida? E ainda por cima, sendo tão desprovido de qualidades físicas essenciais, SEMPRE tão exigidas nesta tenra idade?
Mas hoje, minha revanche veio à jato. Sem a menor dúvida, sou casado com a pérola mais bela dos arredores.
Já a moreninha que desfilava pelo recreio. Bem. Espero que esteja tão feliz quanto eu.
Bom dia, Yúdice:
Espero que quando eu revelar minha "paixonite" da pré-adolescência ( sim, meninos, porque na minha geração as maninas estudavam só em colégios de meninas e não tinham um coleguinha no banco ao lado pra se apaixonar. A exceção, eram os primos, mas no meu caso, como fui a primeira neta, todos eram muito crianças...rsrsrs..) vocês não tirem uma estrelinha do meu bom conceito por aqui!
Mas, terão que revirar os baús da história cinematográfica: Charlton Heston.
Sim, ele mesmo: Moisés, Ben Hur, El Cid! Era, quem sabe, o mais canastrão, retrógrado (de extrema direita, na verdade) e idiota ator que Hollywood produziu depois de Ronald Regan.
A única desculpa a meu favor é que eu tinha no máximo 9 ou 10 anos.
Abração.
Ótimo o post, Yúdice!
Minha primeira paixão de infância foi, creio, aos 9 anos. Apaixonei-me por uma garota da escola, um ano mais velha.
A causa? Certa vez, quando me encontrava encostado em uma parede, na volta dos alunos à sala de aula, após o recreio, ela passou e me alisou o queixo; caí de amores na mesma hora...
Bar, o teu comentário exala um veneninho grosso, capaz de revelar que não superaste 100% o insucesso da infância. Não te recrimino. Tenho uma historinha parecida, mesmo estando hoje, como tu, muito feliz com os rumos que a vida tomou, nesse campo afetivo.
Desculpa, mas preciso te dizer que conheci a Lucélia Santos na novela Vereda tropical, de 1984, que eu adorava. Eu tinha 9 anos e ela era uma mulher adulta. Quanto ao ensaio da Playboy, creio que isso já não é coisa de paixonite inocente, certo?
Pelo contrário, Bia: foi exatamente em paixonites assim que pensei. Não posso recriminar quem foi louca por um ator hollywoodiano, quando eu já me apaixonei pela protagonista de um livro! Um dia falo sobre isso.
E por que a danadinha alisou o teu queixo, Francisco? Que maldade! Mas as mulheres gostam disso: passam, maltratam e vão embora...
Vou confessar a minha: foi a Sandra Bréa.
Enquanto todos ficavam babando pela Sônia Braga em Gabriela, eu babava mesmo era pela Sandrinha - uma gata fenomenal.
Agora imaginem vocês quando ela posou nua na extinta revista Status!!? Eu um pirralho de uns 13 anos.
Em respeito às famílias que visitam o blog vou ficando por aqui.
Ahahahahahah!
Veneninho grosso é ótimo!
Mas vc sabe bem, Yúdice. A infância. Uma época bela inesquecível pelos momentos lúdicos mas também terreno de frustrações que acabam por construir nossa personalidade ao longo da vida.
É apenas isso. Mas que me irritava o desfile da guria, isto sim me irritava.
Quanto a Lucélia, vou fazendo que nem o Val-André.
Vou é me preparar para as 24 h de plantão amanhã. Mas zarpo no Domingo.
Até quarta, Vietnã!
Ah! Yúdice! Ia me esquecendo:
Tô ficando velho mesmo.
Rsss...
Muito embora o Itajaí, vez por outra, ainda me enxergue uns "dentes de leite".
Rsss...
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