Nemesis
Poucos autores de ficção científica tiveram uma carreira tão longa como Isaac Asimov, que produziu mais de 440 livros em cerca de 5 décadas de carreira.
Provavelmente ele será lembrado pelas séries d'A Fundação e de Eu, Robô.
Mas para mim o seu melhor livro, é de longe, Nemesis, escrito em 1989, quando Isaac tinha 69 anos de idade e apenas 3 anos antes de sua morte.
Recentemente pude reler a obra e fiquei boquiaberto com a facilidade do autor em criar novos mundos, antecipando descobertas astronômicas (como a do primeiro planeta extra-solar em órbita de uma estrela da magnitude do nosso sol, Bellerophon, a ser descoberto em 1995 - Asimov o descreveu na ficção com o nome de Megas) e mostrando caminhos a serem trilhados por nós humanos nos séculos vindouros.
Sei que ainda há quem considere a ficção científica como literatura de segunda categoria, mas, ler gênios como Asimov e Philip K. Dick (o meu favorito!) é um prazer de primeira classe.
6 comentários:
Mas que adorável carona pego nessa nave Scylla.
Após ouvir pela 1.a vez Led Zepellin e ler: "Eu, Robô", de Asimov; houve uma guinada em minha vida.
Foi um corte no cordão umbilical de convenções de uma educação formal.
Hoje posso avaliar o quanto isso me afetou positivamente na busca de alguns questionamentos que me incomodavam como testemunha da transição para o Século XXI.
Amigos (as) leitores (as). Ouçam Led e leiam Asimov.
Conheçam nessas duas formas de manifestações culturais da era pop; algumas das mais geniais janelas de nossa intríseca capacidade de sonhar sem amarras.
Recomendo ambos com louvor.
Inclua na sua lista, Scylla, Ray Bradbury. Mais conhecido por Fahrenheit 451, que é excelente, o que eu recomendo de sua obra é o magnífico As crônicas marcianas, conjunto de contos independentes entre si, mas ligados pelo tema, baseado na hipótese de os homens chegarem a Marte. As consequências? Especulações profundas e plausíveis sobre a natureza humana. Vale muito a pena ler.
Olhem algumas coisas que tem na Wiki dele:
a) escreveu ou editou mais de 500 volumes e umas 90.000 cartas ou postais, e têm obras em cada categoria importante do sistema de classificação bibliográfica de Dewey exceto em filosofia;
b) junto com Robert A. Heinlein e Arthur C. Clarke, foi considerado em vida como um dos "Três Grandes" escritores da ficção científica;
c) nasceu entre 4 de Outubro de 1919 e 2 de Janeiro de 1920 em Petrovichi shtetl. A sua data de nascimento não pode ser precisada por causa das diferenças entre o Calendário Gregoriano e o Calendário hebraico e por causa da falta de registros;
d) a família deriva o nome de озимые (ozimiye), uma palavra da língua Russa que significa um cereal de inverno que o seu bisavô negociava, ao qual o sufixo paterno foi adicionado;
e) aprendeu por si próprio a ler quando tinha cinco anos;
f) aos onze anos começou a escrever histórias próprias, e por volta dos dezenove anos, tendo-se tornado fã de ficção científica, começou a vender as suas histórias a revistas;
g) Ph.D. em bioquímica;
h) durante a sua breve carreira militar, ele ascendeu ao posto de cabo baseado na sua habilidade para escrever à máquina, e escapou por pouco de participar nos testes da bomba atómica em 1946 no atol de Bikini;
i) Asimov era um claustrofilo; ele gostava de espaços pequenos fechados. No primeiro volume da sua autobiografia, ele conta um desejo infantil de possuir uma banca de jornais numa estação de metro no New York City Subway, dentro da qual ele se fecharia e escutaria o ruído dos carros enquanto lia;
j) Asimov tinha aviophobia (medo de voar), só o tendo feito duas vezes na vida inteira (uma vez durante o seu trabalho na Naval Air Experimental Station, e uma vez na volta para casa da base militar em Oahu em 1946);
l) esta fobia influenciou várias das suas obras de ficção, como as histórias de mistério de Wendell Urth e as novelas sobre robôs de Elijah Baley;
m) nos seus últimos anos, ele gostava de viajar em navios de cruzeiro, e em várias ocasiões ele fez parte do "entretenimento" no cruzeiro, dando palestras baseadas em ciência em navios como os RMS Queen Elizabeth 2. Asimov sabia entreter muitíssimo bem, prolífico, e procurado como discursador. O seu sentido de tempo era fantástico; ele nunca olhava para um relógio, mas falava invariavelmente precisamente o tempo combinado;
n) ele respondia pacientemente a dezenas de milhares de perguntas e outro tipo de correio com postais, e gostava de dar autógrafos;
o) ele nunca aprendeu a nadar ou andar de bicicleta;
p) Os interesses variados de Asimov incluíram, nos seus anos tardios, a sua participação em organizações devotadas à opereta de Gilbert and Sullivan e em The Wolfe Pack, um grupo de seguidores dos mistérios de Nero Wolfe escritos por Rex Stout. Ele era um membro prominente da Baker Street Irregulars, a mais importante sociedade sobre Sherlock Holmes. De 1985 até a sua morte em 1992, ele foi presidente da American Humanist Association; o seu sucessor foi o amigo e congênere escritor Kurt Vonnegut. Ele também era um amigo próximo do criador de Star Trek, Gene Roddenberry, e foram-lhe dados créditos em Star Trek: The Motion Picture pelos conselhos que deu durante a produção;
q) morreu em 6 de abril de 1992;
r) ASIMOV e a WIKIPÉDIA: no livro Escolha a Catástrofe, Asimov disserta sobre os futuros problemas que poderiam levar a humanidade à extinção e como a tecnologia poderia salvá-la. Em certa parte do livro, ele fala sobre a educação e como ela poderia funcionar no futuro.
"Haverá uma tendência para centralizar informações, de modo que uma requisição de determinados itens pode usufruir dos recursos de todas as bibliotecas de uma região, ou de uma nação e, quem sabe, do mundo. Finalmente, haverá o equivalente de uma Biblioteca Computada Global, na qual todo o conhecimento da humanidade será armazenado e de onde qualquer item desse total poderá ser retirado por requisição."
"...Certamente cada vez mais pessoas seguiriam esse caminho fácil e natural de satisfazer suas curiosidades e necessidades de saber. E cada pessoa, à medida em que fosse educada segundo seus próprios interesses, poderia então começar a fazer suas contribuições. Aquele que tivesse um novo pensamento ou observação de qualquer tipo sobre qualquer campo, poderia apresentá-lo, e se ele ainda não constasse na biblioteca, seria mantido à espera de confirmação e, possivelmente, acabaria sendo incorporado. Cada pessoa seria simultaneamente um professor e um aprendiz." (IMPRESSIONANTE !!!!!)
s) pelas numerosas trocas de títulos que foram feitas por seus editores, pode dizer-se que Asimov não era um bom "titulista";
t) Em sua obra "Assassinato na convenção" aparece o próprio Isaac Asimov como personagem secundário;
u) apresentadas no livro Eu, Robô, as 3 Leis da Robótica foram criadas como condição de coexistência dos robôs com os seres humanos, como prevenção de qualquer perigo que a inteligência artificial pudesse representar à humanidade. São elas:
* 1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal.
* 2ª lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei.
* 3ª lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.
v) mais tarde, no livro Os Robôs do Amanhecer, o robô R. Giskard viria a instituir uma quarta lei: a 'Lei Zero':
* 'Lei Zero': Um robô não pode fazer mal à humanidade e nem, por omissão, permitir que ela sofra algum mal.
x) mudou o sentido da vida do Val-André;
z) mudou o sentido da minha, também, tal qual a do Val-André.
Tinha 10 anos quando papai me deu de presente o O Livro dos Fatos de Asimov. Neste livro, ele seleciona três mil fatos, informações, curiosidades, dados, divididos em 100 categorias. É, até hoje, meu livro de cabeceira da cama da memória. Dele nunca mais esqueci. Deste livro, desde então, venho lendo livros de divulgação científica. Sempre falo, quando o assunto é este, que o Asimov me salvou da escuridão (o papai é esperto).
E já que esta postagem do Scylla me fez relembrar coisas muito boas, e que realmente moldaram boa parte do meu pensamento, lembro do O Grande Livro do Maravilhoso e do Fantástico, da Seleções Reader's Digest, presente da minha avó materna, uma devoradora de livros da Seleções Reader's Digest (o que me fez também ler muitos e muitos livretos dela - não me esqueçerei, JAMAIS, da história real de uma mulher que capotou seu carro numa estrada no EUA, o carro passou por cima dos arbustos, e ela ficou presa durante dias dentro do carro, com as pernas quebradas, e como ninguem a escutava, e não tinha marcas nas redondezas, ela teve que se virar para conseguir ajuda).
Obrigado Scylla por ter me feito relembrar de algo realmente que me é saudoso.
Val, por coincidência reli o Nemesis ouvindo o i-pod carregado de... Led Zeppelin!
E, Yúdice, mais uma estranha coincidência: estou lendo no momento um livro de contos de Ray Bradbury chamado "A Cidade Toda Dorme". E sem dúvidas "As Crônicas Marcianas" e "Fahrenheit 451" estão entre as minhas obras favoritas de Sci-fi.
Sincronicidade jungiana??
Abs.
Lafayette, obrigado pela interessante contribuição.
Quando li Eu, Robô, ainda adolescente, meti na cabeça que as 3 leis da robótica seriam um dia obrigatoriamente ensinadas nas escolas. E divulguei o livro o quanto pude, entre os colegas, apesar de ser um tímido sindicalizado.
Posso dizer que Eu, Robô mudou o meu modo de pensar, também.
Welcome to the machine!
Scylla, isso de divulgar livros deste gênero, era também uma das minhas missões na escola. Jogava volei, era atleta e tal, tinha muito assunto para conversar, mas, não raro, ficava a ver navios quando queria falar sobre São Tomás de Aquino e sua relação com o pensamento científico moderno e a igraja católica, por exemplo.
Aí, danava a emprestar, tirar cópias, presentear livros para alguns amigos que se mostravam interessados para poder bater papo com eles.
Somente agora, uns 4 anos atrás, comecei a estudar música, uma ciência adorável. Já estou tentando fazer a mesma missão da infância! A escola de música que frequento já tem uns 4 amigos que coloquei lá! rsrsrsrs
Forte abraço.
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