domingo, 19 de abril de 2009

FAÍSCAS DO PASSADO


GM Volt; 2008.


Gurgel Itaipú; 1974.

Revendo algumas matérias publicadas sobre carros elétricos em 2008, tema obrigatório em todos os períodicos do gênero nos tempos de crise energética, encontrei várias menções sobre a "revolução" apregoada pela GM em relação à "fantástica" autonomia do seu veículo elétrico, o GM Volt: 64 km com 8 horas de recarga.
Não pude deixar de lembrar tristemente do projeto do brasileiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, falecido em janeiro deste ano, o polêmico minicarro Gurgel Itaipú, o qual fazia 60 km com 8 horas de recarga. E foi um enorme fracasso. Fracasso? Como???!!
Lançado no Salão do Automóvel de São Paulo em 1974 e com comercialização prevista para 1975, o carrinho de 2 lugares de apenas 2,65 m de comprimento foi negligenciado justamente pela baixíssima autonomia e pelo peso das baterias, opinião então quase que unânime dos especialistas brasileiros. Mesmo com o custo do quilômetro rodado orçado na metade dos modelos à combustão, o Itaipú jamais saiu da fase de protótipo. E custava o equivalente a um Fusca!
Melancolicamente sou obrigado a concluir que, se tivéssemos trilhado em direção ao caminho indicado naquele momento por João Gurgel, talvez hoje nós brasileiros estaríamos na vanguarda da motorização elétrica, liderando as nações no processo de não-agressão ao planeta.
Mas...

2 comentários:

Lafayette disse...

Scylla, quem ainda não leu, recomendo o livro: Gurgel, um brasileiro de fibra.

Gênio! Seu erro (uma vida entre acertos e erros), foi criticar o álcool como combustível EM PLENA CAMPANHA DO GOVERNO MILITAR (PRÓ-ÁLCOOL)!!

Mas, ele, em 70 e poucos, lançou o gurgel xavante, que tinha uma coisinha além.

Ele separou o freio de mão em duas alavancas, o que bloqueava uma roda independente da outra roda, o que permitia você anular a roda que estava derrapando.

Isso era baratinho, baratinho. Hoje em dia, você comprar ou instalar no seu 4x4 um sistema parecido com esse, e bom, não sai por menos de uns 4.000 reais instalado.

Se meu Engesa tivesse um blocande de diferencial, eu seria feliz. Falta-me a grana!

Aliás, Fernando Morais, em seu livro "Cem quilos de ouro", relata que fez a Transamazônica inteira, em 74, com um valente Xavante, tendo quebrado um amortecedor apenas.

*inest

Scylla Lage Neto disse...

Obrigado pela dica, Lafayaette. Vou procurar o livro.
Abs.