quarta-feira, 17 de março de 2010

Royalties e qualidade de vida

Sob o título acima, o jornalista Luís Nassif levou à ribalta (© Juvêncio de Arruda) um comentário de Luiz Alberto Vieira, leitor de seu blog, a propósito da grita do Rio de Janeiro sobre os royalties do petróleo:

Nassif,

Para sairmos das platitudes e bairrismos.

O economista carioca Daniel Bregman, avaliou em sua dissertação de mestrado os efeitos dos royalties sobre os IDHs dos municípios.

Ele mostra que existe uma correlação entre royalties e investimentos em educação e saúde (talvez por causa da vinculação de receitas). No entanto, a maioria dos trabalhos sobre o tema não apontou melhora significativa entre os royalties e melhora na qualidade de vida.

Enfim, os royalties não estão se tranformando em melhores condições de vida para as populações.

Quem visitar Macaé, Campos e Paulinia entenderá!!!

Aqui você pode fazer o download da íntegra da dissertação de mestrado do economista Daniel Bregman. Aqui, há também um artigo do economista sobre o assunto.

A opinião do leitor do Nassif vai bem ao encontro do que discutiram nossos comentaristas na caixinha do post do Flanar sobre o tema. Como bem lembrou o leitor Nilson Soares, "é impressionante, esse assunto nunca deixa de ser moda: a alienação, 'o dominado pensando com a cabeça do dominador' ".

Pois é, Nilson. E ainda dizem que Marx está ultrapassado.

7 comentários:

Alan Wantuir disse...

Caro amigo, não acha que tem muito cacique e pouco índio nessa onda do "pressal" como vc mesmo diz?

Francisco Rocha Junior disse...

Só que os caciques estão todos lá no Sul Maravilha, Alan. Aqui, parece que só tem índio.

Anônimo disse...

Francisco , vou encher mais uma vez , acho que neste caso trocou-se a causa pelo efeito.
Abs
Tadeu

Francisco Rocha Junior disse...

Amigo Tadeu,
Ainda não entendi o ponto.
Abs.

Itajaí disse...

Corretíssima a avaliação. O que o Nassif diz sobre os municípios fluminenses citados, é exemplo para o governador Cabral chorar. E muito!

Nilson Soares disse...

Prezado Francisco,

Seria proveitoso se o episódio dos royaltes desse espaço à reflexão idonea que se vem mantendo aqui. Capaz afastar a tentação alquimista que se mantém por aí de descobrir os adeptos do "bem" e do "mal".

Talvez, por exemplo, imagino, pudessemos avançar na compreensão do que possa ser um pacto federativo em nossa república capaz ao menos de desnaturalizar as desigualdades regionais.

O que me recordo sobre o tema, é que o nosso príncipe sociólogo extinguiu em seu governo um dos trabalhos mais importantes a respeito, concebidos pelo saudoso prof Celso Furtado, a SUDENE. Que logo foi re-instalada pelo governo Lula.

Prezado Francisco, a respeito de Marx e a moda, conforto-me com o velho Saramago que certa vez disse:

"Sou aquilo que se pode chamar de comunista hormonal. O que isso quer dizer? Assim como tenho no corpo um homônio que me faz crescer a barba, há outro que me obriga a ser comunista"

Abs,

NIlson Soares

Francisco Rocha Junior disse...

Caro Nilson,

O debate sobre o federalismo, protegido constitucionalmente, está na ordem do dia. Infelizmente, a discussão fica restrita aos círculos mais fechados, até porque demanda a abordagem de assuntos supostamente áridos para a opinião pública.
O ideal seria debater o tema com responsabilidade, com a mídia fazendo o papel de esclarecer a sociedade. Infelizmente, não é bem isso o que se vê, como se denota deste episódio dos royalties, em que as Organizações Globo estão fazendo a propaganda institucional do governo do Rio.