"Viver" no sábado

Para quem quer conhecer ou rever a maior obra do mestre do cinema Akira Kurosawa, Ikiru (Viver), o CENTUR exibe o filme neste sábado no Cine Líbero Luxardo, às 10:00 h, com direito a debate no final.
Lançado em 1952, Viver é absolutamente inesquecível, um verdadeiro toque no coração dado pelo cinema atemporal de Kurosawa.
Vi o filme pela primeira vez ainda adolescente, na década de 70, no cine Guajará e dele guardei 2 cenas na memória.
Numa o protagonista Kanji Watanabe (interpretado por Takashi Shimura), moribundo com câncer de estômago, desce uma escada durante uma festa de quinze anos, ao mesmo tempo em que a aniversariante sobe a mesma escada. O olhar de Kanji, refletindo a percepção do seu reduzido tempo de vida me tocou sobremaneira.
Em outra cena, perto do final, Kanji sussurra (ou canta?) os seguintes versos, os quais rabisquei num pedaço de papel na segunda vez que vi o filme, em DVD, há não muitos anos e que ainda guardo dentro da biografia de Kurosawa.

“A vida é breve
Apaixona-te, doce senhora,
Enquanto os teus lábios ainda estão vermelhos,
E antes que tenhas frio.
Porque não existe nenhum amanhã”

Ninguém consegue ficar indiferente diante de Viver.
Ninguém.