Surgiu, lá no meu outro blog, um debate sobre um projeto de lei apresentado na Câmara Municipal de Belém, com vistas a obrigar a gravação, em áudio e vídeo, de todos os procedimentos realizados em centros cirúrgicos, setores de urgência e emergência e unidades de terapia intensiva (aí, Barretto!) de todos os hospitais públicos e privados da cidade.
Gostaria de pedir aos caros colegas editores do Flanar, dentre os quais há médicos, assim como aos gentis leitores que nos prestigiam, que deem uma passadinha aqui, a fim de ajudar a manter o bom nível do debate, antes que ele descambe para grita, pura e simples, contra erros médicos, reais ou presumidos.
Desde já, meus agradecimentos.
4 comentários:
Yúdice.
Me perdoe. Mas algumas lebres que vc levanta, geram colocações as quais não tenho estômago para aturar. Ressentidos, desafetos, provocadores e toda a sorte de pessoas, são atraídas para este "suposto" debate.
Eu tô fora! Minha paciência e tempo andam muito reduzidos, para perder com determinados tipos de colocações, as quais já se sabe o início, meio e fim.
Mas deixo aqui o resumo de minha opinião sobre aquela bobagem.
A instalação de câmeras, além de invadir a privacidade dos pacientes, em nada irá contribuir para reduzir a incidência de erro médico. E como médico, devo dizer que ao menos sob um ponto de vista, nada tenho como profissional, contra a instalação de câmeras. Muito ao contrário, seria mesmo muito interessante tê-las por lá para mostrar o comportamento de todos. Médicos, pacientes e familiares. Mostrar também, muitos momentos onde a acusação de "erro médico" é fácil, vingativa, improcedente, e compreensivamente emotiva.
Mostrar inclusive, o mal comportamento e atitude arrogante de muitos, nas portas de hospitais e UTIs, onde a culpa pelo abandono de muitos a seus entes queridos, é vomitada por alguns imbecis de carteirinha, em cima dos médicos.
Sob este único aspecto, gostaria de ter as câmeras sim. Mas como meu zelo profissional pelo paciente é definido no CEM, e motivo mais nobre de minha profissão, acho a medida agressiva aos pacientes, (travestida do sofisma que reduziria erros médicos), e inócua.
Ou seja, vamos avançar na privacidade dos doentes, sem garantir-lhes nada em troca. Nada.
Finalizando, um erro médico não é erro médico, só porque fulano ou sicrano acham que é erro médico.
Um furto, não é furto só porque beltrano acha houve um furto. Enfim, estamos no estado democrático de direito. E quem quiser "achar" alguma coisa, até poderá fazê-lo. Mas para afirmar com todas as letras, terá que provar nos tribunais. Ou arcar com a responsabilidade da injúria e difamação, além da dor da perda irreparável que porventura tenha sofrido.
Algo a ser pensado com muita cautela, antes de partir para atos irresponsáveis.
Abs
Yúdice, como o Itajaí expressou bem o meu pensamento nos seus 2 comentários, prefiro não opinar.
Apenas lembro que se já existe dificuldade de se manter sigilo numa mera "ficha" de consulta, imagine num banco de imagens cirúrgicas.
Abs.
Obrigado, Scylla. Darei destaque à manifestação dele.
Barretto, andam enchendo muito o teu caso, não? Mas considerando que, no final das contas, tu te pronunciaste, darei o devido destaque.
Sempre o fazem, quando o assunto é "erro médico", Yúdice. E realmente, não tenho nenhuma disposição para "debater" com alguns tipinhos este assunto. Basta dar uma passeada pela web para ver o nível que alguns atingem. Mas vc é muito responsável na moderação de seus comentários no Arbítrio. Pode levar sim.
Abs
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