quarta-feira, 19 de maio de 2010

Colocar o debate em termos

Surgiu, lá no meu outro blog, um debate sobre um projeto de lei apresentado na Câmara Municipal de Belém, com vistas a obrigar a gravação, em áudio e vídeo, de todos os procedimentos realizados em centros cirúrgicos, setores de urgência e emergência e unidades de terapia intensiva (aí, Barretto!) de todos os hospitais públicos e privados da cidade.
Gostaria de pedir aos caros colegas editores do Flanar, dentre os quais há médicos, assim como aos gentis leitores que nos prestigiam, que deem uma passadinha aqui, a fim de ajudar a manter o bom nível do debate, antes que ele descambe para grita, pura e simples, contra erros médicos, reais ou presumidos.
Desde já, meus agradecimentos.

4 comentários:

Carlos Barretto  disse...

Yúdice.
Me perdoe. Mas algumas lebres que vc levanta, geram colocações as quais não tenho estômago para aturar. Ressentidos, desafetos, provocadores e toda a sorte de pessoas, são atraídas para este "suposto" debate.
Eu tô fora! Minha paciência e tempo andam muito reduzidos, para perder com determinados tipos de colocações, as quais já se sabe o início, meio e fim.
Mas deixo aqui o resumo de minha opinião sobre aquela bobagem.
A instalação de câmeras, além de invadir a privacidade dos pacientes, em nada irá contribuir para reduzir a incidência de erro médico. E como médico, devo dizer que ao menos sob um ponto de vista, nada tenho como profissional, contra a instalação de câmeras. Muito ao contrário, seria mesmo muito interessante tê-las por lá para mostrar o comportamento de todos. Médicos, pacientes e familiares. Mostrar também, muitos momentos onde a acusação de "erro médico" é fácil, vingativa, improcedente, e compreensivamente emotiva.
Mostrar inclusive, o mal comportamento e atitude arrogante de muitos, nas portas de hospitais e UTIs, onde a culpa pelo abandono de muitos a seus entes queridos, é vomitada por alguns imbecis de carteirinha, em cima dos médicos.
Sob este único aspecto, gostaria de ter as câmeras sim. Mas como meu zelo profissional pelo paciente é definido no CEM, e motivo mais nobre de minha profissão, acho a medida agressiva aos pacientes, (travestida do sofisma que reduziria erros médicos), e inócua.
Ou seja, vamos avançar na privacidade dos doentes, sem garantir-lhes nada em troca. Nada.
Finalizando, um erro médico não é erro médico, só porque fulano ou sicrano acham que é erro médico.
Um furto, não é furto só porque beltrano acha houve um furto. Enfim, estamos no estado democrático de direito. E quem quiser "achar" alguma coisa, até poderá fazê-lo. Mas para afirmar com todas as letras, terá que provar nos tribunais. Ou arcar com a responsabilidade da injúria e difamação, além da dor da perda irreparável que porventura tenha sofrido.
Algo a ser pensado com muita cautela, antes de partir para atos irresponsáveis.
Abs

Scylla Lage Neto disse...

Yúdice, como o Itajaí expressou bem o meu pensamento nos seus 2 comentários, prefiro não opinar.
Apenas lembro que se já existe dificuldade de se manter sigilo numa mera "ficha" de consulta, imagine num banco de imagens cirúrgicas.
Abs.

Yúdice Andrade disse...

Obrigado, Scylla. Darei destaque à manifestação dele.

Barretto, andam enchendo muito o teu caso, não? Mas considerando que, no final das contas, tu te pronunciaste, darei o devido destaque.

Carlos Barretto  disse...

Sempre o fazem, quando o assunto é "erro médico", Yúdice. E realmente, não tenho nenhuma disposição para "debater" com alguns tipinhos este assunto. Basta dar uma passeada pela web para ver o nível que alguns atingem. Mas vc é muito responsável na moderação de seus comentários no Arbítrio. Pode levar sim.

Abs